TOGA E TUNGA
Muitas críticas
pipocaram sobre a presença do ex-juiz e senador eleito Sérgio Moro no debate da
Band/UOL, atuando como chumbeta do candidato à reeleição. Bom, o “marreco de
Maringá” pode carcarejar à vontade no pé de ouvido do líder dele, pois não
ocupa mais a posição de magistrado. Desde quando renunciou oficialmente à
magistratura e assumiu sua posição política/eleitoral, ele está apto aos
movimentos que jamais deveria ter feito enquanto togado. Agora não é crime. É
imoral, mas não ilegal.
Ilegalidade ou
imoralidade? Caso importante é o depoimento do porteiro do carioca Condomínio
Vivendas da Barra. Moro, ali, como Ministro da Justiça, foi imoral ou
criminoso? O falso messias, em novembro de 2019, numa excursão para Riad,
Arábia Saudita, declarou: “Estou conversando com o ministro da Justiça para a
gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF
para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar
no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez”,
relatou em entrevista à mídia brasileira. Lembram-se? É o caso do assassinato
da vereadora carioca e de seu motorista Anderson...
Leiamos a revista Fórum: “Em novembro de 2019, o porteiro do condomínio
Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, disse que o ex-PM Élcio Queiroz foi
liberado a entrar pelo ‘Seu Jair’, da casa 58 – onde mora Jair Bolsonaro – no
dia do assassinato de Marielle e Anderson”. Esse Queiroz (não é o dos cheques
da Micheque) foi preso acusado de dirigir do carro de onde partiram os tiros.
Ronnie Lessa, também morador desse condomínio, foi preso como autor dos
disparos que mataram Marielle e Anderson. O porteiro, coitado, logo depois
mudou o depoimento dizendo que havia confundido o número 58 com 65. Jair,
Jairzinho & Carlucho moravam na mansão nº 58 e Ronnie na nº 65. Fácil de
confundir? O então ministro Moro interferiu como disse Jair? E onde estará esse
porteiro?
Indispensável é lembrar, mesmo muito resumidamente, a escandalosa “lawfare”
cometida pelo então juiz Sérgio Moro & turma contra Lula, arapuca jurídica
grosseira que tungou em 2018 a candidatura de Luiz Inácio da Silva em benefício
de Jair Messias B., delito sacramentado pela condução do ex-juiz ao posto de
ministro da Justiça do presidente cuja sentença possibilitou a eleição. Ali foi
confissão de crime, ou não? Chumbeta de debate não significa nada.
[Ilustração: Benett]
Leia
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