GRANDE E SOFRIDA VITÓRIA
O Brasil ganhou. Por muito pouco, refletindo o crescimento da extrema-direita. O
Brasil começou, desde às 20 horas de ontem, a recuperar sua imagem – muito
danificada desde janeiro de 2019 – perante o mundo, mas a ansiedade
internacional aguardará ainda um tempo para ter segurança sobre o processo de
transição.
Foi uma vitória suada e dramática da Democracia, que por pouco não sumia do mapa e dava lugar a um
governo de matiz autoritária como o da Hungria ou da Rússia. Por 1,76% dos
votos (99,70% das urnas apuradas) escapamos da vergonha de nos espelhar
ideologicamente a governos como o recém-eleito na Itália, com a vitória da
neofascista Giorgia Meloni. Ou, numa comparação provocativa à direita e à
esquerda, com a reeleição de Jair B estaríamos mais próximos ao modelo
venezuelano de permanência no poder.
Nos próximos dias,
o posicionamento de Jair B definirá se haverá ou não um terceiro turno,
independentemente do que o mito venha a falar nas primeiras horas depois do
resultado. De toda forma, é bom o País se preparar para 62 dias muito difíceis.
Poderão acontecer surpresas positivas? Em política tudo é possível, até o
improvável. E um crédito deve ser sempre dado a qualquer pessoa que desempenhe
o papel de liderança política, especialmente após um revés. Ao atual presidente
da República, ontem derrotado em sua pretensão de ser reeleito, não deve ser
negada a oportunidade de uma atitude de estadista.
A partir de amanhã iremos comentando isso com a devida atenção,
acompanhando os gestos pós-derrota presidencial num cenário político de
vitórias estaduais importantes para o bolsonarismo, como o governo de São
Paulo, e sua presença destacada no Congresso. Por hoje, basta repetir a enorme
importância da vitória da cidadania com Lula e Alckmin, uma vitória
civilizatória. Parabéns ao Brasil.
Águas
passadas às vezes movem moinho https://bit.ly/3vhYCww
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