Socialismo na China

Impressões sobre 20º Congresso do Partido Comunista da China
Xi deixa claro que nessa nova jornada “a tarefa central do PCCh é unir e liderar o povo de todos os grupos étnicos do país para concluir integralmente a construção de um grande país socialista moderno”
José Medeiros, Vermelho www.vermelho.org.br

 

Provavelmente, o 20º Congresso do Partido Comunista da China (PCCh) entrará para História do Partido como um dos mais importantes de sua trajetória centenária. Se no 7º Congresso, realizado em 1945, o presidente Mao Zedong apresentou um caminho claro para o triunfo da Revolução Nacional; e no 12º, ocorrido em 1982, Deng Xiaoping lançou as bases para a construção do socialismo com características chinesas, além de apontar a importância de se priorizar o desenvolvimento das forças produtivas; esse 20º Congresso, realizado nesse outubro de 2022, Xi Jinping aprofundou seu pensamento sobre o socialismo com características chinesas na nova era, demonstrou domínio sobre as leis da governança do Partido e do país e deixou claro para o Partido e para o povo chinês quais os passos essenciais nessa longa jornada histórica rumo à revitalização da nação e à construção de uma país socialista moderno.

No Relatório de Trabalho apresentado por Xi Jinping na abertura do Congresso, além de uma síntese da eficiência do sistema do socialismo com características chinesas e da capacidade do Partido de lidar e solucionar problemas de diversas naturezas, como por exemplo a pandemia do Covid-19, temos também um mapa com as principais conquistas teóricas e práticas do Partido e do país, assim como os principais desafios e diretrizes gerais, tanto a médio quanto a longo prazo.

Por exemplo, no referido Relatório, Xi deixa claro que nessa nova jornada “a tarefa central do PCCh é unir e liderar o povo de todos os grupos étnicos do país para concluir integralmente a construção de um grande país socialista moderno (…) e através da modernização da China promover de forma integral a grande revitalização da nação”. E isso tendo como suporte teórico o pensamento sobre o socialismo com características chinesas para a nova era.

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Também há um destaque para três eventos de transcendência histórica, nomeadamente “a celebração do centenário do PCCh”; “a entrada do socialismo chinês na nova era” e a “erradicação da pobreza e construção de uma sociedade moderadamente próspera”.

Já no plano ideológico, um dos destaques é reafirmação do marxismo, assim como a capacidade do Partido de adaptá-lo à realidade econômica e social do país e harmonizá-lo com a quintessência da cultura tradicional chinesa.

No campo da unidade nacional, chama atenção a forma como o Partido lidou com as turbulências na Região Administrativa Especial de Hong Kong e, em relação a Taiwan, a firme resposta a provocações de forças externas e o avanço do Partido no domínio da “iniciativa estratégica para concretizar a reunificação total da pátria”.

No campo econômico destaca-se o avanço do conceito de desenvolvimento com características chinesas, que se focará cada vez mais em um crescimento de alta qualidade para assim responder de forma adequada a crescente demanda do povo por uma qualidade de vida melhor.

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No referido relatório, destacaria ainda a ênfase colocada por Xi sobre a interligação benéfica entre o desenvolvimento da China e o desenvolvimento do mundo. Dito de outro modo, a prosperidade da China deve ser vista como uma mola propulsora não apenas para o seu fortalecimento interno, mas também para a prosperidade dos demais países, condição essencial para o avanço do conceito chinês de criação de um destino comum para a humanidade.

Evidentemente que as diretrizes políticas apresentadas pelo 20º Congresso são muito mais amplas e devem ser cuidadosamente estudadas, tanto na sua abrangência como nas suas especificidades.

Concluindo, destacaria desse 20º Congresso a força da unidade do Partido em torno do pensamento de Xi Jinping e da sua liderança, condição essencial para que a China enfrente coesa as adversidades do tempo presente, principalmente diante de um ambiente internacional cada vez mais agitado e cheio de incertezas.

*Escrito com Rafael Gonçalves de Lima

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