Escola e território conectados aos ODS
fortalecem a qualidade da educação
Porvir/Inovações
em educação
ODS em todas as etapas, uma experiência no Recife segundo Djanice Leonardo
Não apenas na educação básica é possível trabalhar com os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável. Um outro exemplo de atuação vem do Recife, capital
de Pernambuco. Usando metarreciclagem, as professoras Djanice
Leonardo, Mirza Cabral e Kate Limeira, do laboratório de tecnologia e inovação
para sustentabilidade (CETEC), incentivaram estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos) a
construir móveis sustentáveis usando materiais recicláveis, como caixas de
papelão e resíduos tecnológicos.
Além de desenvolver possibilidades de um olhar estético e funcional ao
trabalhar com esses materiais, a professora Djanice reconhece que há uma
importante função em debater a Agenda 2030 por uma questão de
sobrevivência. Ela destaca a iminência de que, por exemplo, a cidade do Recife
seja atingida pela elevação do nível do mar: “A importância que eu vejo de a
gente estar trabalhando os ODS tanto na educação infantil como perpassando por
todas as disciplinas e séries é para que a gente possa despertar em nossos
estudantes essa preocupação ambiental, que eles tomem ciência da situação que
se encontra o planeta”, afirma Djanice.
Os resultados e a própria prática
têm relação com o que vivem atualmente. Ela conta que durante a pandemia,
principalmente, bairros do Recife sofreram com enchentes e isso causou um
impacto duplo: muitos integrantes da EJA perderam móveis devido à questão
climática, e também ficaram sem empregos por causa do distanciamento social
obrigatório.
A produção dos móveis sustentáveis atuou não somente no problema vivido
naquele momento, como também cumpriu o papel da escola em ensinar outros
conteúdos como matemática, geometria e sustentabilidade.
“A prática se mostrou efetiva na cooperação entre os estudantes. Tinha
um aluno que era marceneiro, outra que era costureira e esses alunos foram
ajudando um ou outro. As produções são riquíssimas”, conta Djanice. “Outro dia,
um aluno disse para mim: ‘Professora, eu já fui pra casa levando tarefa no
papel, levando tarefa no caderno e no livro, mas levando uma tarefa assim na
cabeça é a primeira vez'”, diz, referindo-se à criação de móveis.
Para Djanice, o mais interessante do projeto é ver como os alunos já
reconhecem aprendizados que não foram apresentados diretamente em uma aula
tradicional. Os estudantes acabam desenvolvendo outras habilidades, como o
empreendedorismo e a economia criativa.
A proposta tem sido muito bem recebida: já foi replicada em outras dez
escolas do município e segue crescendo, conquistando prêmios diversos prêmios
em nível estadual. A professora acredita que essa é uma ideia que pode ser
replicada em diferentes escolas, e torce para que isso aconteça.
“Saberes
são para ser compartilhados. Não adianta a gente pegar uma luz ou um candeeiro
e colocá-lo embaixo da mesa. A gente quer colocá-lo em cima da mesa para que
todos possam ver. E que possam se beneficiar daquela claridade. Assim também é
a educação: a gente quer colocá-la na mesa, uma educação pública de qualidade”,
reflete a professora.
A produção dos móveis sustentáveis atuou não somente no problema vivido naquele momento, como também cumpriu o papel da escola em ensinar outros conteúdos como matemática, geometria e sustentabilidade.
“A prática se mostrou efetiva na cooperação entre os estudantes. Tinha um aluno que era marceneiro, outra que era costureira e esses alunos foram ajudando um ou outro. As produções são riquíssimas”, conta Djanice. “Outro dia, um aluno disse para mim: ‘Professora, eu já fui pra casa levando tarefa no papel, levando tarefa no caderno e no livro, mas levando uma tarefa assim na cabeça é a primeira vez'”, diz, referindo-se à criação de móveis.
Para Djanice, o mais interessante do projeto é ver como os alunos já
reconhecem aprendizados que não foram apresentados diretamente em uma aula
tradicional. Os estudantes acabam desenvolvendo outras habilidades, como o
empreendedorismo e a economia criativa.
A proposta tem sido muito bem recebida: já foi replicada em outras dez
escolas do município e segue crescendo, conquistando prêmios diversos prêmios
em nível estadual. A professora acredita que essa é uma ideia que pode ser
replicada em diferentes escolas, e torce para que isso aconteça.
“Saberes são para ser compartilhados. Não adianta a gente pegar uma luz
ou um candeeiro e colocá-lo embaixo da mesa. A gente quer colocá-lo em cima da
mesa para que todos possam ver. E que possam se beneficiar daquela claridade.
Assim também é a educação: a gente quer colocá-la na mesa, uma educação pública
de qualidade”, reflete a professora.
Conscientização do território
Um ponto de atenção encontrado na iniciativa de Djanice foi perceber que
nem todos os colegas compreendiam do que se tratavam os ODS. Por usarem caixas
de papelão e outros elementos recicláveis, a docente conta que foi chamada por
alguns colegas de “catadora”. Não foi propriamente o termo que a incomodou, mas
o tom pejorativo usado para se referir ao trabalho desenvolvido.
O desafio acabou extrapolando a missão de conversar com os estudantes e
indo em direção também ao corpo docente. O bom sinal veio quando o projeto desenvolvido pela escola
começou a ganhar visibilidade, fazendo com que os que antes criticavam
prestassem mais atenção.
Para
Wellington Cruz, o primeiro passo para mobilizar a comunidade escolar é mapear
o que a escola já faz em prol do desenvolvimento sustentável.
“Sempre há algo positivo que pode ser ampliado”, acredita. “Em seguida, é
importante sensibilizar a comunidade e trazer para perto os colaboradores mais
envolvidos e comprometidos com o tema. A escola precisa perceber a grande
oportunidade que tem nas mãos quando assume o protagonismo no desenvolvimento
de pessoas aptas para um mundo sustentável. O futuro que desejamos é, ou
deveria ser, tema recorrente de reflexões, projetos e ações da escola”,
reforça.
Leia também - Marcio Pochmann: Século 21 impõe novas bases para a educação brasileira https://bit.ly/3Bv2KNR
Dr Luciano, muito obrigada por fortalecer nossas ações e ter a percepção que precisamos fazer algo por um mundo melhor, ações simples, que fazem a diferença qdo apoiadas de forma que que juntos possamos mitigar as consequências das mudanças climáticas ♻️ Acredito que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) precisam fazer parte das nossas vidas estando presentes nas iniciativas públicas e privadas.
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