Quem paralisa, cara-pálida?
Luciano Siqueira
Ouço no rádio e leio
em jornais acerca de algo que desconheço: praticamente deixar de fazer as
coisas por um sentimento de paralisia nos últimos dias do ano.
Dizem que se trata de
uma sensação de incapacidade momentânea de se fazer o que é necessário fazer.
Como se estivéssemos,
e de fato estamos, a poucos dias de terminar o movimentado ano de 2022 já tendo
perdido a capacidade de raciocinar e agir com objetividade.
Parece um luxo,
exclusivo de quem pode deixar de fazer as coisas. E de quem tem quem as faça
sob suas ordens.
Nunca tive isso. Nem
nos vinte anos recentes em que, como parlamentar ou como vice-prefeito do
Recife, contei com equipes de apoio qualificadas e operosas. Sempre foi cada um
no seu quadrado, e eu em plena realização do que me cabia e que a meu juízo não
deveria transferir a ninguém.
De tal modo que o meu
esforço é no sentido contrário: evitar a contaminação do trabalho dos últimos seis
dias do ano na praia com a família.
Como aconteceu no ano
passado, em que me permiti recuperar parte dos meus arquivos, incluindo números
de telefones constantes da minha lista de amigos no WhatsApp, que se perderam
quando o meu iPhone entrou em pane incontornável.
Comecei por aí, com a
ajuda competente do meu neto Miguel. E me vi envolvido com vários outros procedimentos
no laptop, relacionados com a agenda de trabalho sempre intensa e dura.
Donde especulo que
esse mal agora alardeado por comentaristas da vida cotidiana - a semi
paralisação do indivíduo nos remanescentes dias do ano - na verdade é tão
somente um privilégio dessa gente minoritária que integra as classes
dominantes.
As voltas que o mundo dá https://bit.ly/3Ye45TD
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