18 dezembro 2022

Minha opinião

Quem paralisa, cara-pálida?

Luciano Siqueira

 

Ouço no rádio e leio em jornais acerca de algo que desconheço: praticamente deixar de fazer as coisas por um sentimento de paralisia nos últimos dias do ano.

Dizem que se trata de uma sensação de incapacidade momentânea de se fazer o que é necessário fazer.

Como se estivéssemos, e de fato estamos, a poucos dias de terminar o movimentado ano de 2022 já tendo perdido a capacidade de raciocinar e agir com objetividade.

Parece um luxo, exclusivo de quem pode deixar de fazer as coisas. E de quem tem quem as faça sob suas ordens.

Nunca tive isso. Nem nos vinte anos recentes em que, como parlamentar ou como vice-prefeito do Recife, contei com equipes de apoio qualificadas e operosas. Sempre foi cada um no seu quadrado, e eu em plena realização do que me cabia e que a meu juízo não deveria transferir a ninguém.

De tal modo que o meu esforço é no sentido contrário: evitar a contaminação do trabalho dos últimos seis dias do ano na praia com a família.

Como aconteceu no ano passado, em que me permiti recuperar parte dos meus arquivos, incluindo números de telefones constantes da minha lista de amigos no WhatsApp, que se perderam quando o meu iPhone entrou em pane incontornável.

Comecei por aí, com a ajuda competente do meu neto Miguel. E me vi envolvido com vários outros procedimentos no laptop, relacionados com a agenda de trabalho sempre intensa e dura.

Donde especulo que esse mal agora alardeado por comentaristas da vida cotidiana - a semi paralisação do indivíduo nos remanescentes dias do ano - na verdade é tão somente um privilégio dessa gente minoritária que integra as classes dominantes.

As voltas que o mundo dá https://bit.ly/3Ye45TD

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