24 gigantes multinacionais praticam greenwashing
Portal da Fundação Maurício Grabois www.grabois.org.br
O
relatório denuncia que as gigantes multinacionais escondem a sua inação
climática atrás dos seus “aparentes planos verdes de neutralidade climática e
simplesmente não estão a fazer aquilo que prometem”.
“Numa
altura em que as corporações precisam de limpar o seu impacto climático e
reduzir a sua pegada de carbono, muitas estão a explorar promessas enganosas
net zero para dar uma lavagem verde à sua marca enquanto prosseguem com os
negócios como habitualmente”, enfatiza a diretora executiva da Carbon Market
Watch, Sabine Frank, em comunicado.
“Esta
perigosa procrastinação tem de parar. Uma vez que as multinacionais têm um
elevado impacto no planeta e os meios para reduzir a sua pegada de carbono,
devem tomar medidas reais para limpar a sua ação e não apenas a sua imagem,
cortando as suas emissões”, continua.
A
edição de 2023 do Monitor de Responsabilidade Climática Empresarial aponta
também que metade das empresas avaliadas, entre as quais a Apple, DHL, Google e
Microsoft, estão a fazer alegações de neutralidade carbónica. No entanto, essas
alegações dizem respeito a somente 3% das emissões dessas empresas. Acresce que
três quartos das empresas planeiam compensar ou neutralizar uma parte
significativa das suas emissões utilizando créditos de carbono provenientes de
projetos florestais e outros projetos de utilização do solo.
“Não
só estas soluções armazenam carbono apenas temporariamente e são vulneráveis a
reversões, como também precisaríamos de um segundo planeta Terra para absorver
emissões globais se todos decidissem compensar como estas empresas”, alerta Sam
Van den Plas, da Carbon Market Watch.
O
relatório exorta os governos e a Comissão Europeia a regular de forma robusta o
greenwashing empresarial.
ZERO lamenta “práticas
perversas de greenwashing”
A
ZERO, que integra a Carbon Market Watch, lamenta “as práticas perversas de
greenwashing nos planos climáticos das grandes empresas globais”.
“As
promessas de zero emissões líquidas dão a impressão superficial de que as
emissões vão cair para níveis nulos ou próximo disso”, porém, “o relatório mostra-nos
uma realidade bem diferente”, aponta a associação ambientalista.
A
ZERO escreve ainda que, “neste horizonte temporal vital que vai até 2030,
quando o mundo necessita de cortar em cerca de metade a sua pegada carbónica
para manter o aumento da temperatura abaixo do limite relativamente seguro de
1,5º, as empresas avaliadas com objetivos assumidos para 2030 comprometem-se a
reduzir em apenas 15% as suas emissões reais”.
Fotografia por Miroslav Petrasko/Flickr.
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