22 março 2023

Enio Lins opina

Mais médicos: vale a pena ter de novo

Por Enio Lins www.eniolins.com.br

 

Anunciado o retorno do programa Mais Médicos, uma das medidas mais felizes do atual governo Lula, devolvendo à população menos favorecida, especialmente às comunidades distantes dos centros urbanos, um atendimento médico efetivo.

Em minha opinião o correto mesmo seria imediatamente restabelecer o contrato com os médicos cubanos, indiscutivelmente a experiência de maior sucesso nas edições anteriores. Sei da carga ideológica dessa contratação, mas isso também precisaria ser enfrentado.

Uma das questões mais simples e, contraditoriamente, mais complexas, é o deslocamento de profissionais da Medicina para regiões ermas e desprovidas de infraestrutura. Drama antigo, que esbarra na resistência generalizada à interiorização.

Como se sabe, esse programa foi criado em 2013, pela presidenta Dilma, e foi um grande sucesso, o que provocou a ira dos setores mais elitizados e corporativistas. O projeto foi sendo aperfeiçoado, mas, depois do impeachment, relegado.

Uma década depois, a versão 2023, segundo o Ministério da Saúde, “deve priorizar não só a contratação de médicos brasileiros, mas também outros profissionais de saúde como dentistas, enfermeiros e até assistentes sociais”. Aplausos!

Vamos fazer o L para liberar também a contratação de outros segmentos, como psicologia... afinal o Brasil é um país onde 44% acredita no risco comunista e 58 milhões de pessoas votaram num energúmeno que faz arminha com os dedos.

De acordo com a Presidência da República, serão simultaneamente realizadas melhorias “no Sistema Único de Saúde com investimento em reforma de unidades básicas do SUS”. Levanta-se também a hipótese de incentivos de permanência a esses profissionais nos municípios para onde foram contratados pelo programa – o que é outra ótima ideia.

No balanço feito do Programa durante a gestão Dilma, consta que o Mais Médicos foi responsável por “100% da atenção primária em 1.039 municípios, contratou mais de 18 mil profissionais e beneficiou 53 milhões de brasileiros”.

São números impressionantes, de fato. E não se pode esperar menos desta terceira gestão Lula, pois o fator experiência acumulada precisa ser considerado e cobrado, até porque em uma década o Brasil se deteriorou muito em termos sociais.

Agora é acompanhar e torcer para dar certo novamente – e estudar como estão os cursos de formação em ciências da saúde, enfermagem e correlatos. A demanda cresce em progressão geométrica e a oferta precisa acompanhar, conforme rezam as tais leis do mercado.

Nem todos os caminhos levam aonde se quer https://bit.ly/3Ye45TD

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