Lula e a voz das ruas
Luciano Siqueira
Desde a superação da
ditadura militar e a partir do primeiro governo Lula, atravessando um governo e
meio de Dilma e agora o terceiro governo liderado pelo metalúrgico, jamais foi
fácil construir base parlamentar de apoio.
Nas quatro vezes em
que Lula e Dilma venceram o pleito, a maioria dos senadores e deputados
federais então eleitos haviam-se perfilado na campanha do adversário.
Agora acontece algo
semelhante.
Ou seja, para começo
de conversa — ou de gestão — o governo precisou construir uma teia de
aproximações e de acordos e concessões para que pudesse aprovar suas
proposições no Congresso Nacional.
A fórmula se repete
agora.
É a regra do
jogo.
Por isso o esperneio
de articulistas e afins situados à esquerda, ocupantes de sites e outros meios
de comunicação, traduz uma imaturidade sem limites.
É o que Lenin a sua
época denominou "esquerdismo infantil" de gente bem intencionada,
porém alheia há exata correlação de forças. .
Evidente que nada
fica parado no ar. Alianças são celebradas e também desfeitas conforme o andar
da carruagem.
E para que produzam
resultados eficazes e os acordos possam melhorar de conteúdo, Lula e as forças
mais consequentes da frente ampla que governa devem recorrer à mobilização
popular.
A voz das ruas
costuma ser eficaz quando ecoa de modo certeiro e organizado.
Ao avisar os
prefeitos, em reunião recente em Brasília, que ao retornar da China passará
apenas dois dias da semana em Brasília e o restante percorrerá o país debatendo
com as forças políticas locais e com o povo as mudanças propostas, Lula quis
dizer exatamente isso: a voz das ruas será uma componente do xadrez político
daqui por diante.
Que seja.
Nem sempre a aparência é igual à essência https://bit.ly/3Ye45TD
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