PCdoB: a persistência
libertária de 101 anos
Luciano Siqueira
Partidos políticos
são indispensáveis ao processo de amadurecimento da sociedade, cuja essência
está na consciência da sobrevivência e do progresso da nação nas circunstâncias
concretas do mundo em que vivemos.
Seja mediante
concepções conservadoras, seja numa visão de transformação e progresso. Mesmo
num país como nosso, cuja tradição sempre foi de partidos conjunturais e
excessivamente marcados por interesses e pressões de grupos regionais.
Longevo e persistente
tem sido o Partido Comunista do Brasil, que neste 25 de março inteira 101 anos
de existência e atividade ininterrupta. Com uma marca que se sobressai dentre
seus congêneres que ainda não alcançaram o poder mundo afora: a atualidade criadora
do seu pensamento político programático e tático, que se renova.
Essa marca certamente
está na essência da continuidade do Partido sob condições extremamente adversas
— como na atual quadra em que no mundo e no Brasil se acentua forte onda
conservadora, tendo no anticomunismo uma de suas mais virulentas
vertentes.
O Programa Socialista
para o Brasil — documento síntese dos objetivos estratégicos e atuais do PCdoB
— obviamente há que ser parcialmente atualizado para dar conta de elementos
novos da realidade em constante mutação. Mas a sua essência é atual e o
diferencia no espectro partidário brasileiro.
Tanto que, a despeito
de atuarem os comunistas no Brasil, como o mundo afora, em ambiente de
defensiva estratégica, que não lhes permite vislumbrar em curto e médio prazos
a hegemonia no poder central do país, tem sido o PCdoB uma corrente política em
certa medida decisiva na construção das soluções táticas possíveis, a exemplo
da frente ampla vitoriosa no último pleito e que ora governa o país.
Celebrando mais um
ano de lutas, o Partido tem diante de si o desafio de multiplicar a iniciativa militante
consciente, criativa e organizada nas mais diversas frentes de atuação, que
conformam a possibilidade de novos acúmulos e renovada robustez: as trincheiras
da luta de ideias, dos movimentos sociais e da presença em governos
democráticos e no parlamento.
Sempre ostentando a
sua cor, seu símbolo, seu propósito programático e seu caráter de classe, agora
mais do que nunca em linguagem própria do tempo presente e do jeito de ser do
povo brasileiro.
É o que o nível atual
da luta exige do mais brasileiro de
todos os partidos presentes na cena política.
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