05 março 2023

Revolução de 1817 em livros

COLEÇÃO IAHGP – REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Publicados pela Cepe Editora em parceria com o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, os quatro livros são relíquias sobre o primeiro movimento anticolonial do país
Revista Continente


Em comemoração aos
 206 anos da Revolução Pernambucana de 1817, a Companhia Editora de Pernambuco, em parceria com o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), lança quatro livros de grande valor para a história do estado e do Brasil. Os volumes registram o período do primeiro movimento anticolonial brasileiro que rompeu com a dominação portuguesa, instaurando, no país, uma república independente por 74 dias. A Coleção IAHGP chega às livrarias nesta segunda (6), data da celebração da revolução, mas haverá evento de lançamento no dia 20, às 19h, na Academia Pernambucana de Letras (APL).

Boa parte do conteúdo é rara e encontrava-se esgotada. Os títulos têm inspiração a partir do bicentenário da Revolução de 1817, celebrado em 2017, por isso é o contexto central das primeiras obras. No entanto, para além disso, são acrescentados textos mais recentes e documentos históricos que permitem novas leituras do período.

“O lançamento destas quatro obras iniciais da Coleção IAHGP – O Brasil heroico em 1817; Os mártires pernambucanos; Os padres e a Teologia da Ilustração e Liberdade: Rotinas e rupturas do escravismo no Recife – representa uma importante colaboração da Cepe para os estudos históricos em nosso estado, pois estão sendo disponibilizadas duas obras de grandes historiadores sobre um momento crucial de nossa história e também dois documentos históricos que subsidiarão novos trabalhos e novas interpretações sobre o nosso passado”, afirma George Cabral, historiador e sócio do IAHGP que assina as apresentações das obras.

Conheça um pouco de cada uma delas:

O BRASIL HEROICO EM 1817
Com assinatura de Alípio Bandeira (1873-1939), a obra ganha segunda edição pela Cepe, após 105 anos do seu lançamento, em 1918. Publicada em celebração ao centenário da Revolução Pernambucana, O Brasil heroico em 1817 dedica capítulos a personagens memoráveis do período, como Padre José Ignacio Ribeiro de Abreu e Lima (1768-1818), Domingos José Martins (1781-1817) e Domingos Teotônio Jorge (?-1817).

OS MÁRTIRES PERNAMBUCANOS:
Vítimas da liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e 1817

Publicado pela primeira vez em 1853, por Felipe Lopes Neto, um dos líderes da Revolução de Praieira, e assinado pelo padre português Joaquim Dias Martins, o dicionário biográfico dos revolucionários de 1710 e 1817 é avaliado por especialistas como manual do pernambucano revolucionário. Trata-se de importante fonte de informação para a história do movimento de 1817, sobretudo pelo fato de o autor ter consultado fontes já desaparecidas. A nova edição traz 628 personagens da Guerra dos Mascates (1710-1711) e da Revolução Pernambucana.

OS PADRES E A TEOLOGIA DA ILUSTRAÇÃO
A Revolução de 1817 também ficou conhecida como a Revolução dos Padres, em razão do engajamento de religiosos das mais diversas ordens eclesiásticas e níveis hierárquicos. A obra, que ganha sua segunda edição pela Cepe, teve origem na tese de doutorado em História Social do historiador e professor Antônio Jorge Siqueira. A pesquisa, de 1981, foi feita com base em acervos portugueses e brasileiros e é tida como um dos mais sólidos estudos sobre a participação do clero no movimento revolucionário.

LIBERDADE:
Rotinas e rupturas do escravismo no Recife

A obra é outra preciosidade da coleção. O livro, que permite uma análise intensa sobre a escravidão na primeira metade do século XIX, identifica os grandes traficantes de pessoas escravizadas que atuavam no comércio entre a África e Pernambuco. O trabalha relata, inclusive, formas de resistência dos escravizados. Lançado originalmente pela Editora Universitária da UFPE, em 1998, o livro de Marcus Carvalho, professor de história na Universidade Federal de Pernambuco, destaca a noção de liberdade como sinônimo de pertencimento, afirmando que hoje a liberdade é interpretada como autonomia, mas, em outros momentos, já significou fazer parte de uma comunidade, ao poder usufruir de direitos de forma coletiva.

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“Os livros da Coleção IAHGP são resultado de uma pesquisa aprofundada e meticulosa realizada por especialistas em suas respectivas áreas. Oferecem aos leitores uma oportunidade única de mergulhar na história de Pernambuco e de compreender melhor as raízes e o contexto da Revolução Pernambucana”, destaca o jornalista e diretor de Produção e Edição da Cepe, Ricardo Melo.

A presidente do IAHGP, Margarida Cantarelli, também destaca a iniciativa: “A coleção é um importante registro histórico feito através de livros que certamente apoiarão futuros pesquisadores. Dos quatro títulos lançados agora, dois são de autoria de membros do IAHGP e isso nos orgulha, além de fazer parte de nosso propósito enquanto instituição”.

A literatura latino-americana apoiada em contribuições éticas e estéticas dos africanos e afrodescendentes bit.ly/3y45vUY

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