Como a praga dos jogos online dominou o país
Abertura de cassinos explica a aproximação da
família Bolsonaro com a Arábia Saudita, de olho em Angra dos Reis dominada
pelas milícias
Luis Nassif/Jornal
GGN
Um
dos exemplos mais ostensivos da globalização da corrupção são os jogos de azar.
Nos Estados Unidos, Espanha, Itália, foram dominados pelas máfias locais.
A máfia de Los Angeles entrou no país através da GETEC,
contratada pela Caixa Econômica Federal para automatizar seus sorteios. Ao
longo de mais de dez anos produziu uma relação enorme de crises políticas, de
Waldomiro Diniz ao esquema de Antônio Palocci.
Depois, foi a vez do intocado Carlinhos Cachoeira
se aliar à máfia espanhola e competir com os americanos.
No dia a dia, organizações ilegais brasileiras
dominavam o comércio de caça-níqueis. Durante algum tempo conseguiram a
legalização de cassinos.
Em qualquer país civilizado, proíbem-se cassinos e
jogos de azar em áreas urbanas, devido a dois tipos de risco:
- caminho
aberto para lavagem de dinheiro e de tráfico de drogas;
- Questão
de saúde pública, com viciados em jogo arruinando famílias.
- Influência
política, financiando campanhas de políticos e conseguindo influenciar na
indicação de delegados em suas zonas de atuação.
Parte dessa herança veio do jogo de bicho. Michel
Temer, aliás, é um dos políticos que nasceu financiado pelo bicho.
Como GGN já narrou no documentário “Xadrez da
ultradireita mundial ‘a ameaça eleitoral”, a Máfia de Los Angeles, liderada por
Sheldon Adelson, foi um dos financiadores da campanha de Bolsonaro e de
Trump. O primeiro pedido de Trump a Bolsonaro foi abrir cassinos resorts.
Aliás, é isso que explica a aproximação de seus filhos com a Arábia Saudita,
pretendendo montar uma Cancún em Angra dos Reis – dominada pelas milícias.
Nos últimos anos, o jogo se impôs da maneira mais
ostensiva possível.
Grande portais de jogos esportivos entraram no país
seguindo um planejamento minucioso.
A primeira parte consistiu em despejar publicidade
em jornalões, nos blogs e imprensa alternativa. Passaram a anunciar diariamente
na home de O Globo ganhando de bônus, na assinatura do contrato, um artigo de
Nelson Motta de defesa vergonhosa do jogo – apresentando-o como o setor mais
fiscalizado pela Receita.
Depois, passaram a patrocinar times de futebol.
Agora, o anúncio do Ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, de tributar os jogos online, oficializa-se definitivamente como uma das
atividades mais nocivas para a saúde pública.
A esperança é que a bancada evangélica consiga a adesão de
partidos responsáveis para varrer essa doença dos céus virtuais brasileiros.
A realidade é furta-cor https://bit.ly/3Ye45TD
Nenhum comentário:
Postar um comentário