21 maio 2023

Minha opinião

Incômoda realidade concreta

Luciano Siqueira

 

Reza a Constituição que os três poderes da República — Executivo, Legislativo e Judiciário — são independentes entre si.

Mas nunca foi exatamente assim no transcurso da nossa atribulada história republicana.

Depende da conjuntura.

E da correlação de forças tendo como referência a presidência da República. A medida dos apoios com que conta o presidente, ou seja, o governo, no conjunto da sociedade e no Congresso Nacional (Senado e Câmara dos Deputados), o judiciário pode se agigantar temporariamente, assim como o próprio legislativo.

Daí resultam as condições de governança, favoráveis ou não.

O fato é que Lula se elegeu Presidente da República, mas os partidos que o apoiaram não obtiveram maioria no Senado e na Câmara.

Entretanto, governar é preciso. E a depender da natureza das proposituras do governo, necessita de maioria simples ou absoluta nas duas casas legislativas.

Daí resulta a incontornável necessidade de acordos políticos com partidos adversários, facções desses partidos e até bancadas temáticas que se constituem frequentemente.

Esse é um dado de realidade tão evidente que, em princípio, não deveria suscitar tanta discussão na grande mídia e em parcelas da sociedade mais atentas sobre o que consideram "dilema" de Lula: fazer ou não fazer acordos.

Em alguns casos, cabendo o adágio popular “cede um dedo para não perder a mão”.

Essa é a realidade. O resto é especulação principista, estreita e sectária.

O lugar do PCdoB na frente ampla https://bit.ly/40vTfZh

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