Tudo o que acontece quase em tempo real
Luciano Siqueira
Teve dia de eu contar
13 mensagens ou até 18, mas creio que às vezes ultrapassam 20.
A amiga aposentada
parece tomada de uma sofreguidão incontrolável pela notícia em tempo real. E
tudo que encontra na mídia convencional digitalizada e em outros sites
noticiosos, incontinenti emite o link e me envia — pouco lhe importando se o
assunto me interessa ou não.
Deve fazer o mesmo
para uma lista de amigos e amigas, igualmente vítimas em seus smartphones.
Sem nenhum
preconceito, tenho a impressão que ela não tem tempo de ler o que envia, talvez veja a manchete e o líde e lhe basta para passar adiante.
Vale tudo. Inclusive três ou quatro mensagens sobre o mesmo assunto!
Se acharam mais uma joia entre os presentes inadequadamente apropriados por Bolsonaro e família, recebo o link.
Se um cientista
norueguês demonstra que a contemplação da lua faz bem ao fígado, idem.
Mesmo que o fato seja
de conhecimento geral e instantâneo. Como a chegada de Lula à China. Foram
cinco links sucessivos — o primeiro quando o presidente pisou na pista do
aeroporto de Pequim, os demais sobre cada passo subsequente.
Fica claro que para amiga eu estou entre os cidadãos precariamente informados.
Para ela, eu não
sabia que Lula iria encontrar Xi Jinping e muito menos ainda que iria de avião e
estenderia sua estadia até Xangai, para a posse da ex-presidente Dilma no banco
dos BRICS.
Resta-me receber a profusão de mensagens resignadamente, na esperança de que uma
ou outra me traga uma informação nova e oportuna.
Melhor assim do que receber mensagens de autoajuda ou orações religiosas.
Aí seria o caos.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena https://bit.ly/3Ye45TD
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