06 junho 2023

Enio Lins opina

Treme a terra plana com a fala de Tony Garcia

Enio Lins www.eniolins.com.br

 

 

Na semana passada, veio à tona um depoimento que tem o condão de esclarecer, com profundidade, o grande trambique lavajatista. Mas não conquistou espaço digno na imprensa. Por que será? Resquícios da cumplicidade midiática com Moroless, Deltantan & Cia.?

As denúncias foram relatadas por um ex-agente da quadrilha lavajateira, Tony Garcia. Esse cidadão teria atuado durante bom tempo como “elemento infiltrado”, numa opção não-voluntária, mas – segundo o denunciante – chantageado pelo ex-juiz.

Esse tipo de denúncia, bombástica, não pode ser engavetada, condenada ao esquecimento ou simplesmente seguir replicada como uma alma penada no ectoplasma digital. O denunciado por Garcia tem elementos mais que verossímeis, e exige virar inquérito.

Antônio (Tony) Garcia é empresário, foi deputado estadual no Paraná, onde se candidatou também, entre 1992 e 2002, a senador, por três vezes, e a prefeito de Curitiba. Preso em 2004, por Sérgio Moro, a partir daí teria virado chumbeta do então juiz.

Na condição de protagonista, narrando em primeira pessoa, Garcia revela detalhadamente uma teia criminosa, de alto poder corruptor, comandada pelo (na época) juiz Sérgio Moro, atuando por dentro da justiça federal no Paraná.

Sem dúvida é a mais importante, a mais consubstanciada denúncia já feita sobre a corrupção (ativa e sistemática) no interior do poder judiciário brasileiro, envolvendo outros magistrados e integrantes do Ministério Público, aí inclusas algumas celebridades nacionais.

Então, a questão é: será ou não será apurada? O grupamento denunciado por Garcia segue encastelado e atuando fortemente, o que pode ser comprovado pelo afastamento sumário do juiz Eduardo Appio, o primeiro magistrado que ousou questionar o esquema.

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