15 junho 2023

Sindicalismo classista em debate

No encontro da Bahia os desafios do sindicalismo classista*

Luciano Siqueira


Na luta do povo sempre foi assim: em determinadas circunstâncias, uma reunião de trabalhadores pode fazer a diferença.
 
No caso, o Encontro Nacional Sindical do PCdoB, em Salvador, Bahia, sexta e sábado.

A temática em pauta é abrangente e se situa precisamente na atual conjuntura política do país e do mundo, que tem na luta pelo exito do governo Lula o fio condutor da tentativa de se restabelecerem condições iniciais para um novo projeto de desenvolvimento nacional.

Isto numa correlação de forças extremamente difícil, na qual a presença ativa dos trabalhadores organizados — nas unidades de produção e serviços, em seus sindicatos e nas ruas — faz-se indispensável.

Aos sindicalistas filiados ao PCdoB cabe uma missão própria, decorrente menos da sua força atual específica dentre as várias correntes atuantes no movimento e mais pela possibilidade de enxergar os problemas sob um olhar imediato, tático, e um olhar estratégico, programático, característica do sindicalismo classista.
 
Há limitações e deficiências a serem superadas, na esteira das transformações que ocorrem no mundo do trabalho e no ambiente sindical especificamente.

Como partido político os comunistas focam a construção das suas fileiras precisamente entre os trabalhadores, a juventude, as mulheres e a intelectualidade. Vale dizer, a própria classe trabalhadora considerada na abrangência conceitual prevalente na atualidade.

Daí porque no documento posto a debate nesse Encontro se destaca a importância da relação entre sindicatos renovados e revigorados com as demais formas de organização do nosso povo — estudantis, comunitárias, femininas, culturais, etc.

Isto na melhor tradição leninista do vínculo militante com os trabalhadores e o povo nas diversas dimensões da vida cotidiana — no trabalho, no lazer, na convivência.

Desse modo, uma militância sindical capaz de arrostar os grandes desafios da atualidade — contidos no programa de reconstrução nacional pelo qual se bate o atual governo — e vinculá-los ao cotidiano da classe e do povo.

Uma CTB — a central sindical hegemonizada pelos comunistas — renovada e ativa, nesse sentido, tem valor estratégico. Pois é organizada em todo o território nacional, dirige sindicatos influentes (1.400 entidades filiadas e mais de 1,6 milhão de trabalhadores sindicalizados), proeminente no Fórum das Centrais Sindicais, embandeirada da unidade dos trabalhadores.

Assim, o Encontro de Salvador acontece sob a melhor expectativa do conjunto das forças do campo popular e democrático. 

E reúne competência subjetiva para alcançar excelente resultado.

*Texto da minha coluna desta quinta-feira no portal Vermelho www.vermelho.org.br

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