31 julho 2023

Seleção brasileira feminina

Se melhorar um pouco, seleção terá chance de avançar e ser campeã

Não foi desta vez que Brasil conseguiu bater a França, mas time ainda pode ir longe na Copa do Mundo feminina
Tostão/Folha de S. Paulo

 

Antes da partida contra a França, a treinadora Pia enfatizou nas entrevistas que a seleção brasileira feminina, que nunca tinha ganhado da França, estava pela primeira vez em condições de vencer, pelo equilíbrio técnico. Não foi desta vez. A França foi um pouco superior na vitória por 2 a 1. Apesar da derrota, tive a impressão de que, se melhorar um pouco, a seleção brasileira terá chance de avançar e ser campeã. Por que não?

Assim como acontece nas grandes partidas entre times masculinos, a pressão para recuperar a bola era intensa pelas duas equipes, um pouco mais pela França. No primeiro tempo, o Brasil ficou pouco com a bola. No segundo, diminuiu a marcação nos dois times e o jogo foi melhor, com mais chances de gol para as duas seleções.

O ideal no futebol masculino e feminino é unir a forte marcação para recuperar a bola em todo o campo com a troca de passes, a posse de bola, a inventividade e a fantasia das jogadoras e jogadores. O jogo fica mais bonito e eficiente.

A PASSAGEM DO TEMPO

Como diz uma das mais belas músicas do filme "Fados", dirigido por Carlos Saura, não é o tempo que passa, nós é que passamos.

Alguns veteranos que brilham no futebol brasileiro, como Renato Augusto, Fernandinho, Suárez, Filipe Luís, Marcelo e outros, ainda não terminaram suas passagens pelo futebol. Eles se destacam porque sempre foram excelentes, porque estão em boa forma física ou por causa do nível inferior das equipes brasileiras em relação aos melhores times do mundo. Deve ser por tudo isso.

Por outro lado, contratar jogadores veteranos caríssimos, bastante conhecidos no futebol mundial, como James Rodríguez pelo São Paulo, mesmo com uma idade menor (32), é um risco, ainda mais que há um bom tempo ele não se destaca em nenhuma equipe. Saber contratar bem é uma das principais qualidades de um clube.

Todos os veteranos citados que brilham no futebol brasileiro atuaram em Copas do Mundo, mas não foram campeões, o que não diminui em nada o brilho de suas carreiras. Por detalhes, instantes, o intervalo entre uma batida e outra do coração, mudam-se os resultados e as histórias de um campeonato e de nossas vidas.

Renato Augusto pegou pouco na bola na vitória do Corinthians sobre o São Paulo por 2 a 1 e fez dois belíssimos gols. Fora os três gols, o jogo foi fraco. O São Paulo dominou a partida, trocou muitos passes, mas não finalizou nem entrou na área. O Corinthians não trocou passes, não avançou, mas ganhou graças a dois lances isolados. Já Grêmio e Flamengo fizeram um jogaço. Filipe Luís mostrou mais uma vez técnica, lucidez e inteligência coletiva.

Se Fernandinho não tivesse participado de lances importantes dos jogos que eliminaram o Brasil nas Copas de 2014 e 2018, seria hoje muito mais celebrado do que é, ainda mais que foi destaque por longo tempo no Manchester City, um dos grandes do futebol mundial. Marcelo, no Fluminense, une a técnica e a fantasia que no Real Madrid encantaram o mundo por muito tempo.

Após a contratação de Suárez, o Grêmio melhorou bastante, embora ele tenha jogado mal contra o Flamengo. Suárez formou com Messi e Neymar no Barcelona um dos maiores trios de ataque do futebol mundial.

Qual é o segredo da longevidade desses talentos? Como dizia o mestre e jornalista Fernando Calazans, o segredo é que eles sabem jogar futebol.

"O custo de um pequeno gesto" - uma crônica sobre a indiferença https://tinyurl.com/27mvmzdw

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