Jéssica Barbosa*
Faz algum tempo que a danada da dúvida está perturbando os seus pensamentos. E se tivesse feito diferente? E se tivesse dito não? E se tivesse trilhado outros caminhos? Será que ainda é tempo de começar do zero e se jogar de olhos fechados em um novo totalmente desconhecido e desafiador? Essas perguntas precisam se transformar em decisões concretas, pois a mente está cansada de ser massacrada pelo “E Se?”.
A hora está passando, os segundos teimam em voar, e a sensação é que ela não tem mais tempo a perder. A própria fez um acordo consigo mesma e disse: se nada de extraordinário acontecer no tempo que eu estimei, eu vou ter que sair desse doce e aconchegante ninho e pousar em novos ares.
Muitos sonhos e objetivos que parecem estar estagnados. Nada acontece e a vida segue girando em círculos com começo, meio e fim, onde ela já sabe todas as etapas desse roteiro que não muda.
Em noites de desespero os olhos se voltam para o céu, mas a reposta não vem. E no meio desse turbilhão de desconforto ela começa a questionar seu caráter e princípios. Por que isso está acontecendo? Quando a virada da chave vai chegar? Ela clama para que o sobrenatural aconteça, o milagre precisa surgir.
E então, no meio dessa inquietude ela adormece com a esperança de que no dia seguinte surja a resposta que irá “resolver” tudo isso. Nessa peleja ela segue ansiosamente andando nas horas, atravessando os agoras, e na dúvida se deve ou não dançar as novas auroras.
[Ilustração: Caspar David Friedrich]
*Jornalista"O custo de um pequeno gesto" - uma crônica sobre a indiferença https://tinyurl.com/27mvmzdw
Aff que lindeza de texto e reflexão!
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