31 agosto 2023

Minha opinião

Muito mais do que palavras

Luciano Siqueira


 
Dizia Walfrido Canavieira, personagem de Chico Anysio, que "palavras são palavras, nada mais do que palavras".
 
Mas na vida real não é bem assim. Elas fazem sentido, até mesmo quando não pronunciadas ou escritas.
 
Em certas circunstâncias, até o silêncio fala.
 
Que as palavras sejam ditas e façam sentido e assim possam esclarecer o rumoroso caso da venda de presentes oficiais por auxiliares diretos de Bolsonaro, supostamente sob sua orientação.
 
Falarão hoje à Polícia Federal, em depoimentos simultâneos, precisamente no mesmo horário e em salas separadas, o próprio Jair Bolsonaro, a ex primeira-dama Michele, o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid e o advogado Frederick Wassef.
 
Isto após recente depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que durou nada menos do que 16 horas, no qual se supõe tenha feito revelações muito concretas aos investigadores da Polícia Federal.
 
Não se trata de mesquinhez nem perseguição. As urnas já derrotaram Bolsonaro e o atual governo do presidente Lula empenha-se numa transição complexa e politicamente conflituosa a um desejado novo ciclo de transformações progressistas no país. Isso é o que conta.
 
Mas trata-se de fazer valer a legislação a respeito de bens recebidos pelo presidente da República no exercício do cargo, que legalmente passam a pertencer ao Estado brasileiro.
 
Se for confirmada a aprópriação indébita e a tentativa de negociatas com esses bens, todos os que tenham praticado atos lesivos devem pagar pelos seus crimes nos termos da legislação em vigor.
 
Os depoentes de hoje poderão enfim esclarecer o que de fato ocorreu. Tomara.

O ex-presidente em poço de areia movediça https://tinyurl.com/4wk92vde

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