20 outubro 2023

Minha opinião

Binóculo caleidoscópico 

Luciano Siqueira


Durante toda a minha vida não sei quantas vezes usei um binóculo. Três, talvez — que sequer me deixaram alguma imagem na memória.

Olhei no Google e fiquei sabendo que o instrumento possibilita uma visão tridimensional dos objetos observados, pelo fato de ser constituído por duas lunetas.

Só isso.

Entretanto, em algumas crônicas e, provavelmente, em discursos, fiz uso da imagem de binóculos para reforçar argumentos.

Recentemente, ao escrever o prefácio do livro de um amigo imaginei  o uso de um binóculo com retrovisor e assegurei que "a vida do motociclista é assim mesmo: um misto de binóculo e espelho, seja descortinando novos horizontes, seja retornando ao ponto de partida."

Existe binóculo desse tipo? Creio que não. Mas me permiti a licença literária, digamos assim.

O fato é que hoje, em fim de tarde meio modorrento, cá na rede da varanda, pus-me a imaginar um binóculo caleidoscópico, que permita múltiplas visões coloridas de paisagens, coisas e pessoas.

Uma espécie de binóculo contendo algum mecanismo de inteligência artificial.

Para quê?, eu mesmo me pergunto. 

Ora, para perceber detalhes que minha vista já gasta pelo tempo de uso e por uma cirurgia de catarata não me permite enxergar.

Será possível?

Pelo menos imaginar é, pois segundo Albert Enstein,  "a imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro, estimulando o progresso...”.

E depois da primeira viagem do homem à lua e das sucessivas experiências técnico-científicas apoiadas em múltiplas viagens de satélites espaciais, nas últimas décadas, tudo parece ser possível.

Afinal, essas pouco pretensiosas linhas eu as escrevi simplesmente ditando as palavras, de viva voz, ao bloco de notas do meu smartphone.

Somos do tamanho do que enxergamos https://bit.ly/3Ye45TD

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