14 novembro 2023

Enio Lins opina

Lula que não ouse, viu?
Enio Lins*



Dênio Ramos, intelectual e artista alagoano residente alhures, postou na semana passada, em sua página no Facebook, um trecho da crônica publicada por Ruy Castro na Folha de São Paulo. Texto que merece ser repostado, replicado.

Castro, Ruy: “Mas, se isto servir de conforto para os bolsonaristas, saibam que, a partir de agora, estou de olho em Lula. Ele que não me venha com falsetas. Se Lula se atrever a tentar manipular as instituições, corromper o Exército e criar condições para um golpe, denunciá-lo-ei de pronto. Se, no caso de uma epidemia, recusar-se a fornecer ao povo medidas de proteção e deixar morrer 700 mil brasileiros, não o deixarei em paz”.

“E se entregar ministérios essenciais como a Saúde, a Educação e o Meio Ambiente a rematados pilantras, nunca vou parar de atormentá-lo. Se eu souber que Lula fez do MEC um quiosque para a venda de Bíblias, que abarrotou as Forças Armadas com próteses penianas e comprimidos de Viagra e que sua mulher recebe cheques de homens estranhos, aí é que ele não me escapa mais”.

“Quanto a seus filhos, que experimentem condecorar milicianos e matadores e comprar mansões com dinheiro de rachadinhas lavado em lojas de chocolates. Lula, portanto, que fique avisado”. Genial, simples e direto.

Ruy Castro fala com respaldo, pois nos governos petistas anteriores, jamais poupou críticas (contundentes) ao que julgou merecer admoestações, denúncias ou puxões de orelhas. Nunca foi um “governista juramentado”, nem o é agora.

Óbvio ululante: Lula não está imune à crítica, até porque nunca esteve. Mas é-se indispensável identificar que, no momento histórico presente – e tudo indica que para o futuro próximo –, o perigo (gigantesco) é a extrema-direita miliciana.

Não existe outro perigo digno de nota. Jair & sua bandidagem de estimação segue sendo o risco real de um retrocesso criminoso para o Brasil, risco que se estende para além de nossas fronteiras, num tempo em que genocídios recrudescem no mundo.

Ruy Castro foi cirúrgico, especialmente nos trechos aqui tripostados. Não se pode baixar a guarda, desviar o foco do combate ao mito genocida. E a crítica ao Lula? Que seja feita para ajudar, de forma aberta, transparente, para que essa gestão dê certo, supere as expectativas, pois a continuidade da Democracia no Brasil depende disso.

*Arquiteto, jornalista, cartunista e ilustrador

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