Biden sobre Xi: gafe ou convicção tática?
Luciano Siqueira
Um dia após reunir-se com o presidente da República Popular da China em São Francisco, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em conversa com a imprensa, referiu-se ao líder chinês como "ditador".
De pronto a diplomacia chinesa repeliu a expressão do presidente norte-americano.
Biden cometeu gafe diplomática ou agiu com convicção tática?
Um dos princípios que norteiam as relações internacionais é a autodeterminação dos povos. A democracia, por exemplo, assume contornos próprios em cada país em geral refletindo a sua formação histórica, a sua cultura e o seu desenho político no tempo presente.
Nas relações entre os países cabe o respeito mútuo, em qualquer tipo de ingerência direta ou indireta.
Mormente quando dialogam o presidente de uma superpotência decadente, os EUA, e o seu interlocutor presidente de uma superpotência ascendente, a China.
A escaramuça aconteceu justamente após encontro de cúpula considerado por ambas as partes satisfatório. Opinião chinesa, pouco divulgada pela mídia ocidental, foi registrada no Global Times https://bit.ly/46mjS5s
São díspares sob todos os títulos o projeto estratégico e o comportamento que diferenciam os Estados Unidos — que dedica parcela substancial do seu orçamento para gastos com bases militares instaladas em outros países e o envolvimento em guerras e conflitos; e a China, que constrói relações pacíficas e mutuamente proveitosas com mais de 160 países através do projeto Nova Rota da Seda.
A fala inapropriada de Joe Biden reflete essa diferença.
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