Menos arenga, mais champanhe
Luciano Siqueira
Em tempo de Natal e réveillon, é tempo de retrospectivas (arre!) e sondagens de opinião pública as mais diversas — incluindo o presumível clima na ceia natalina dos brasileiros e brasileiras.
No caso, a expectativa que anima 76% dos entrevistados pela Genial/Quaest de que este ano será possível brindar com parentes e amigos mais chegados sem o azedume da polarização política.
Tomara.
Pois uma das piores consequências — digamos, psicossociais — do crescimento orgânico da extrema direita no país tem sido precisamente a supremacia do ódio e da agressão sobre o diálogo mutuamente respeitoso em torno de ideias discrepantes.
Tanto que, na dita pesquisa, 21% dos entrevistados ainda dizem que o brinde será azedo e o peru consumido com desconfiança.
Em muitas oportunidades, ao longo de décadas de militância política, tive a oportunidade de alimentar amizades consistentes com muita gente que pensava e continua pensando de modo oposto ao meu.
Quando deputado, em algumas oportunidades de debate aceso pude desarmar a ira do contendor citando Dom Hélder Câmara: "se diverges de mim, tu me enriqueces".
E cá em minha modesta opinião, o pretendido êxito do governo Lula terá como subproduto a redução desse clima polarizado pela intolerância e pelo ódio.
Pois sob condições normais, o povo brasileiro é um só, envolto na luta de classes em busca da superação das desigualdades sim, mas sem perder o bom humor jamais.
Canto onde canta o sabiá https://bit.ly/3Ye45TD
Concordo caro amigo, com o "subproduto", espero do verbo esperançar que em 2024 cresçam os momentos de celebrações e de cresçam as polarizações!
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