13 fevereiro 2024

Minha opinião

A timidez nossa de cada dia
Luciano Siqueira

A timidez é como uma dança silenciosa, uma disfarçada e às vezes imperceptível coreografia íntima de quem prefere a discrição à ribalta. 

Sei por experiência própria: o tímido gostaria de ser como um artista invisível, partícipe atuante do espetáculo sem ser notado.

Com um mérito: na militância revolucionária, o tímido joga o tempo todo para o time, sem pedir nem esperar reconhecimento público pela competência ou pela bravura.

E assim cumpre um papel indispensável, frequentemente de liderança. 

Cada missão a cumprir é precedida de uma reflexão interior que leva em conta a situação concreta, sentimentos e aspirações individuais e coletivas, limites e possibilidades.

Ao contrário dos vaidosos ou excessivamente extrovertidos, lideram naturalmente, sem arroubos nem histrionismos.

Diz o poeta que a timidez não é uma fraqueza, é uma manifestação de sensibilidade que une e agrega.

Observador sensível, o tímido percebe atentamente os com quem convive e assim os motiva, mobiliza e impulsiona numa mesma direção.

Bendita a humana timidez de cada dia!

[Ilustração: Rene Magritte]

À flor da pele https://bit.ly/3Ye45TD 

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