Controle das high techs até que ponto?Luciano Siqueira
No boletim ONU News, leio que a unanimidade dos 193 países membros da ONU adotou por resolução para reger a inteligência artificial.
Trata-se de proposta redigida pelos EUA, com copatrocínio de 123 países.
A representante permanente dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que a decisão representa a “escolha de governar a inteligência artificial ao invés de deixá-la nos governar”.
Será?
A prática tem sido diferente.
Nos EUA, onde o arranca rabo entre as high techs o governo tem sido recorrente, sempre se celebram acordos - com o aval do parlamento, inclusive - em que, em última instância, se preserva a ilimitada capacidade de criação de novos mecanismos de comunicação digital e de gestão de dados.
Ou seja, ponto para as gigantes do Vale do Silício.
A União Europeia, por seu turno, tem sido mais ousada na formulação de legislação específica, mas igualmente com efeitos limitados.
Não se trata apenas de descompasso entre as instituições governamentais e suas leis e o eletrizante avanço da tecnologia.
Trata-se também e principalmente de um dado essencial do sistema imperante: no capitalismo, tudo vira mercadoria, objeto de exploração visando ao lucro máximo. Inclusive as informações pessoais (que deviam ser sigilosas) de cada um de nós.
Demais, vivemos uma conjuntura em que a ONU e demais organismos multilaterais têm sido pródigas em declarações formais de boas intenções, mas de eficácia prática mínima.
Cá com meus botões de militante que crê que um outro mundo é possível, a cada episódio desse jaez percebo a necessidade de debater com os trabalhadores e o povo em geral a natureza do capitalismo, seu estado atual de prolongada crise e a busca de alternativas inseridas no que chamamos de nova luta pelo socialismo.
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