STF ao alcance da mão
Luciano Siqueira
Última pesquisa Datafolha revela que a imagem do STF melhorou em meio a ação sobre trama golpista por Bolsonaro. A avaliação positiva da corte é de 29%, empatada com os 28% de quem a vê de forma negativa.
Creio que nos Estados liberais burgueses mundo afora a Suprema Corte não esteja assim tão ao alcance da mão. Preserva uma espécie de sisudez e aparente equidistância do cotidiano do cidadão comum.
Não deixa, obviamente, de ser um dos instrumentos do Estado de classe, da classe dominante. Mas não se expõe tanto.
No Brasil, desde que as sessões passaram a ser transmitidas pela TV, em tempo real, ocorreu uma espécie de vulgarização da instituição máxima do Judiciário, tanto quanto a popularidade forçada dos seus membros.
Não será exagero acrescentar que muitos dos ministros de agora e de antes passaram a contribuir para o espetáculo televisivo "enriqurecendo" seus pronunciamentos de modo rebuscado, para não dizer pirotécnico.
Cá dos meus precários botões e da minha ignorância sobre temas jurídicos, sempre ouvi dizer que juízes não se pronunciam de público sobre processos em andamento, e se resguardam e proferem seus pareceres e o seu voto nos autos.
Mas é comum vermos ministros opinarem sobre temas alvos de processos em curso, assim como acerca de questões gerais da vida do país.
Daí os institutos de pesquisa sondarem a opinião dos simples viventes acerca da imagem da Suprema Corte, tanto quanto das demais instituições da República e sobre temas vários.
Ter o STF assim ao alcance da mão é bom ou ruim? No mínimo, parece-me despropositado.
O som na ribalta https://bit.ly/3Ye45TD
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