Lula simplifica em demasia
Luciano Siqueira
Em café da manhã com jornalistas, hoje, em Brasília, o presidente Lula afirmou que não vê problema com o parlamento. Nada que pela ação política não se resolva.
É o jeito de dizer do presidente, que simplifica as coisas quando quer afirmar sua convicção sobre determinado tema.
Às vezes acerta. Outras vezes erra, dá margem a incompreensões.
Mas não se pode depreender das palavras do hábil negociador que é Lula, desde os primórdios de sua militância, quando líder sindical, agora amadurecido pela longa experiência política, que a expressão exata deste problema é... sua inexistência.
Ora, quatro quintos da Câmara dos Deputados se elegeu votando em Bolsonaro. Tinge com as cores vivas do centro-direita e da direita a correlação de forças real no parlamento.
Claro que daí decorre a absoluta necessidade de negociar, incluindo a cedência em questões relevantes.
Tem sido assim desde o início do governo Lula 3.
E não tem sido fácil.
Daí se impor ao grande público o esclarecimento do que realmente acontece. E assinalar que a Câmara dos Deputados e o Senado, como todas as instituições, não são indenes à pressão social.
Ou seja, caberia a Lula completar seu comentário com uma referência à necessidade de que a base social do governo, o povo em especial, acompanhe pari passu os acontecimentos e se pronuncie de múltiplas formas em apoio à agenda de reconstrução nacional.
Leia: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/04/nivaldo-santana-opina.html
Concordo com sua apreciação. Assisti à toda entrevista, e vi também, que minizando as dificuldades, é sua astúcia de minimizar o poder do Lira e de seus seguidores
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