Abertura da Caravana Clima de Futuro defende reforma universitáriaPrimeira atividade da mobilização itinerante da UNE em São Paulo foi na universidade Uninove, na Liberdade
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“Clima de Futuro não é uma comemoração, é um alerta”, iniciou a presidenta da UNE, Manuella Mirella nas boas-vindas da primeira atividade da caravana em São Paulo nesta noite de sexta-feira (19) no auditório da Uninove.
Ela explicou o tema da reforma universitária, principal objetivo da atividade itinerante que quer ouvir estudantes de doze estados da federação para atualizar os desafios, e sinalizar as mudanças que o ensino superior público brasileiro precisa.
“Nas públicas rever o orçamento, repensar formatos, currículos, o papel da universidade se ela vem cumprindo. Nas universidades privadas, hoje 86% do ensino superior está aqui, queremos a regulamentação do ensino privado, para repensar esse formato, mais de 2 mil e quinhentos estudantes para apenas um professor, que universidade é essa? Os estudantes não podem ser só códigos de barra”, elencou.
A presidenta do DCE da Uninove, Vanessa Castilho, agradeceu a participação de todos e saudou a caravana em nome da casa. A Uninove é a maior universidade da capital paulista e segunda maior universidade privada do Brasil. “ Aqui estão muitos jovens filhos da classe trabalhadora, muitos pais e mães que querem uma formação que acabaram não conseguido entrar numa universidade pública, mas foram atrás de conquistar seu sonho em uma universidade privada”.
A vice-presidenta, Daiane Araújo defendeu que a caravana não fala só sobre uma pauta conjuntural da reforma universitária, mas sobre um projeto de sociedade que a UNE acredita que a educação tem um papel fundamental. “Esse é um momento de retomada de mobilização estudantil, depois de dois anos de pandemia, aula remota e precarização do ensino colocado pela urgência que houve na pandemia. E os estudantes hoje que estão na universidade estão reaprendendo a socializar e conviver com o movimento estudantil e se organizar”.
Já a secretária-geral, Júlio Kopf, destacou que o tema do debate da noite sobre cidades sustentáveis neste ano eleitoral serve para ajudar o estudante o compreender que o papel dele não é só chegar na sala de aula e aprender. “Nosso papel dentro da universidade, dentro desse território é pensar o espaço que a gente vive, da nossa casa, do nosso trabalho, o deslocamento que a gente faz até esses lugares, e isso tem tudo a ver com o que o movimento estudantil faz”, afirmou.
A atividade que previa um debate sobre o tema Cidades Sustentáveis foi cancelada devido a impossibilidade de participação do convidado Guilherme Boulos. A programação da Caravana Clima de Futuro em São Paulo vai até dia 25 de abril com atividades na USP, Unip, PUC e IFSP.
Exposição Milton Guran
Também na Uninove a Caravana organizou a mostra documental “Yanomami – Não ao garimpo ilegal”, do antropólogo e fotógrafo Milton Guran com fotos realizadas em 1991, no Amazonas e em Roraima, no auge da invasão garimpeira, um ano antes do governo demarcar o território Yanomami
“Há trinta anos documentei o enfrentamento do povo Yanomami contra uma horda de mais de trinta mil garimpeiros, quando mais de 10% da população perdeu a vida. A pressão da sociedade civil brasileira e internacional levou o governo a decretar a demarcação da área e a criação da Terra Indígena Yanomami. Durante alguns anos a situação pareceu sob controle, mas no governo passado a invasão ilegal se tornou legal na prática, e chegamos a este estado de genocídio. Nesta exposição, resgato imagens da invasão de 1991 para enfatizar a luta do povo Yanomami pela sua própria sobrevivência“, diz Guran.
A mostra é a mesma que abriu a 13ª Bienal da UNE, realizada de 2 a 5 de fevereiro de 2023 no Rio de Janeiro, que tinha Guran como homenageado.
Leia: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/05/ambiente-escolar-deformado.html
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