Enio Lins: História

Um comentário sobre o dia 18 de junho na história
Enio Lins

Em 18 de junho de 1812 os Estados Unidos declaram guerra à Inglaterra, em parte por reflexo da guerra dos ingleses (e aliados) contra Napoleão, em parte porque Londres, através do Canadá, dificultava o avanço americano para o Oeste e apoiava os índios que resistiam à tomada de seus territórios pelos cowboys.

ANTECEDENTES

Ao vencerem a Inglaterra na Guerra Revolucionária da Independência, travada entre 1775 e 1783, as 13 colônias que formaram os Estados Unidos tiveram o apoio da França de Luís XVI e essas ligações e negócios prosperaram ainda mais depois da Revolução Francesa (1789), sem interrupções nem quando a cabeça do ex-monarca amigo, então como o simples “cidadão Luís Capeto” rolou sob a guilhotina, em 1793.

OLHO VIVO

Derrotados em 1783, os ingleses intuíam que os estadunidenses iam se expandir pelo resto da América do norte e tentaram garantir seus espaços no Canadá (que nunca aderiu aos Estados Unidos). Para isso, armavam os povos originários para que estes resistissem à ocupação dos territórios tribais no Oeste. Não por coincidência, 1812 é o ano decisivo para as guerras europeias contra Napoleão, que em 24 de junho de 1812 realizaria a ousada (e fracassada) invasão à Rússia.

ANOS DE SANGUE

Ao longo de dois anos, cinco meses e 17 dias, até a assinatura do Tratado de Gante, restabelecendo a paz, a guerra entre americanos e ingleses matou aproximadamente seis mil soldados em combate (cerca de quatro mil americanos e dois mil ingleses). O resultado foi um empate e as coisas ficaram como dantes (Status quo ante bellum, em termos militares). O impressionante é como a Inglaterra conseguiu travar ao mesmo tempo duas guerras poderosas em continentes diferentes sem perder nenhuma delas. E mais: em 18 de junho de 1815 o exército inglês e seus aliados derrotaram definitivamente o grande Napoleão Bonaparte na batalha de Waterloo (mas aí merece outro comentário, no ano que vem, talvez).

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