30 julho 2024

Violência sexista

Violência física e sexual do parceiro afeta 19 milhões de meninas adolescentes
Estudo pioneiro da OMS analisa prevalência do problema em grupo da faixa entre 15 e 19 anos; análise adverte que falta de recursos financeiros próprios é um dos obstáculos para que sejam abandonados relacionamentos abusivos.
ONU News     

Quase um quarto das meninas adolescentes que estiveram envolvidas num relacionamento, ou quase 24% em todo o mundo, terão sofrido violência física e sexual do parceiro íntimo até completarem 20 anos.

De acordo com uma nova análise da Organização Mundial da Saúde, OMS, o total global de vítimas equivale a 19 milhões.

Efeitos para a saúde das jovens

Segundo estimativas publicadas na seção sobre saúde da criança e do adolescente da revista médica The Lancet, uma em cada seis delas sofreu o tipo de violência no ano passado.

A OMS alerta que os efeitos da violência do parceiro íntimo sobre o grupo são potencialmente arrasadores para a saúde das jovens, seu desempenho educacional, futuros relacionamentos e perspectivas de vida.
 

No campo do bem-estar, as vítimas terão maior probabilidade de ter ferimentos, depressão, transtornos de ansiedade, gravidez não planejada, infecções sexualmente transmissíveis e muitas outras condições físicas e psicológicas.

O estudo pioneiro analisa a prevalência de violência física e sexual por meninas entre 15 e 19 anos que estiveram em relacionamentos íntimos e cobre fatores sociais, econômicos e culturais que agravam o risco.

Em termos de regiões, a Oceania lidera os níveis de violência por parte do parceiro íntimo com 47%. A seguir está a África Subsaariana com 40%. As taxas mais baixas estão na Europa Central com 10% e Ásia Central com 11%.

Países menos afetados

Em termos nacionais, até cerca de 6% das meninas adolescentes estão sujeitas ao tipo de violência nos países menos afetados. As taxas mais altas chegam a 49%.

O fenômeno é mais frequente entre adolescentes de países e regiões de baixa renda, onde há menos membros dessa faixa etária no ensino médio e onde elas têm poucos direitos de propriedade e herança legais em comparação aos homens.
 

O casamento infantil, quando realizado antes dos 18 anos, agrava os riscos porque as diferenças de idade conjugal “criam desequilíbrios de poder, dependência econômica e isolamento social”. Estes fatores aumentam a propensão ao abuso.

O estudo destaca ainda a necessidade urgente de uma oferta de serviços de apoio e medidas de prevenção precoce adaptadas aos adolescentes, juntamente com ações para promover direitos das mulheres e meninas.

Recursos financeiros próprios

Entre as sugestões do estudo estão a implementação de programas escolares que educam tanto meninos e meninas “sobre relacionamentos saudáveis ​​e prevenção da violência, até meios de proteção legal e empoderamento econômico”.

Na falta de recursos financeiros próprios, muitas adolescentes podem enfrentar desafios para deixar relacionamentos abusivos.

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