O jornalismo bizarro contra Alexandre de Moraes
É um balão furado, que em breve se esvaziará. Mas é o tiro de partida para um jogo pesado, que visa repactuar a aliança com o bolsonarismo
Luis Nassif/Jornal GGN
A cada novo fato, mais se reforça a hipótese de que a reportagem da Folha sobre Alexandre de Moraes faz parte de uma tentativa de desestabilização do governo Lula. Ontem o jornal levantou outra “denúncia”, a de que um policial, lotado no gabinete de Moraes conseguiu informalmente dados da Polícia Civil de São Paulo.
As circunstâncias do pedido estão descritas na matéria. Moraes e sua família vinham sendo ameaçados, chantageados, através de mensagens de WhatsApp e envio de encomendas. Como conseguiram seus telefones? Porque, no banco de dados da Polícia Civil, encontrava-se a ficha do Ministro e seus familiares com todos seus dados pessoais. Ou seja, as informações partiam da base de dados da Polícia Civil paulista.
Havia um clima de conspiração explícita. Moraes estava na linha de frente, correndo riscos – ele e seus familiares – em defesa da democracia. O bolsonarismo infiltrou-se por todos os poros da República, especialmente nas polícias. Quem abriu a base de dados da Polícia aos terroristas? A chefia? Algum delegado? Algum técnico?
Aí, os brilhantes repórteres – um dos quais, Glenn Greenwald, vencedor do Prêmio Pulitzer – jogam no lixo qualquer racionalidade, qualquer presunção de isenção, e passam a exigir do Ministro o respeito às formalidades: oficiar os próprios suspeitos – a Polícia Civil paulista – e aguardar a resposta. Isso, em uma quadra da história em que terroristas ameaçavam o Ministro e seus familiares. E tudo isso ilustrado por uma foto em que Moraes parecia um monstro das fábulas.
Há várias formas de manipular a notícia. Uma é contando uma mentira. Outra é desvirtuando as conclusões.
O trabalho de Glenn é tão descabido que dois baluartes do golpismo – Ives Gandra e Janaína Paschoal – se pronunciaram, sustentando que as acusações contra Moraes não tinham nenhum fundamento.
Não se sabe até onde o jornal – e os dois repórteres – irão com essa farsa. Cada dia de vida dessa peça burlesca nunca é mais, é sempre menos na construção da reputação jornalística de ambos.
Mas é uma peça a mais a ser analisada pelo governo. É um balão furado, que em breve se esvaziará. Mas é o tiro de partida para um jogo pesado, que visa repactuar a aliança com o bolsonarismo, de olhos nas últimas jóias da coroa – Petrobrás e outras empresas públicas, que serão entregues de graça ao mercado, em caso de vitória de Tarcísio de Freitas.
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