DOR DELIRANTE
O medo é a tortura
que estraçalha o olhar
do torturado sobre grutas
companheiras e refúgio
dos amigos
abrindo entre janelas da História
um vão ambíguo.
Vai tudo se tecendo
em desalinho
nas horas de coragem
lúcida
ou se abatendo no desespero
minuto.
Alcançar a harmonia
das formas
ou a ordem cósmica
das coisas
depende do delírio
suplantar a dor
limite
da cidade heróica
com os subúrbios
da vilania!
[Ilustração: Gil Vicente]
*Advogado, poeta
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