11 setembro 2024

Minha opinião: direita vulnerável

Em declínio, porém nem tanto 

Luciano Siqueira  

Alguns analistas tomam a última manifestação bolsonarista ocorrida dia 7 último, na Avenida Paulista, em São Paulo, como termômetro de um provável declínio da extrema direita no país.

É possível que sim, mas não tanto ainda.

É que a despeito da figura histriônica daquele que ainda pontifica como seu principal líder, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ascensão da extrema direita no Brasil é parte de tendência mundial.

Tem causas profundas, especialmente relacionadas com a crise do próprio sistema capitalista dominante, a cada dia mais concentrador da produção, da renda e da riqueza e ultra financeirizado e, em decorrência, excludente de milhões de homens e mulheres que precisam trabalhar para sobreviver.

Dito de modo simplificado, o sistema já não tem o que oferecer. 

Nesse ambiente de frustração generalizada que, segundo algumas pesquisas, atinge sobretudo a parcela expressiva da população de 40 anos de idade e mais, proliferam ideias extremistas, negacionistas em toda linha, incluindo grande apelo da chamada pauta de costumes. 

Em contrapartida, movimentos de esquerda e progressistas ainda tateiam na busca de projeto estratégico e tático tão consistente quanto assimilável pelas maiorias. 

O cenário mundial para o lado de cá ainda é de resistência e de acúmulo de forças tendo em vista uma contraofensiva futura.

Isto repercute, inclusive, no sentido de um empenho insuficiente das correntes políticas situadas à esquerda na abordagem cotidiana das grandes massas trabalhadoras e do povo. 

O chamado trabalho político na base atravessa fase crítica.

Nesse contexto, importa sim saudar a evidente perda relativa de apelo político e emocional do bolsonarismo, porém com os pés no chão no sentido de compreender com exatidão o tamanho da empreitada a que são desafiadas as correntes políticas populares, democráticas e progressistas.

Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/05/minha-opiniao_18.html 

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