28 setembro 2024

Palavra de poeta: Anacreonte Sordano

O Maquinário
Anacreonte Sordano    

No engenho da lembrança
O tempo gira a moenda
Como quem pagando prenda
Num brinquedo de criança.
 
Vai moendo a esperança
Qual remoendo uma renda
Desgastando fenda a fenda
Como numa torpe dança.
 
Finda rompendo o atrito
Quando o silencio num grito
Faz soar seu inventário.
 
E aquele sentir fugaz
Num segundo se desfaz
Deste mundo imaginário.


[Ilustração: Shavit Vos]

Nenhum comentário:

Postar um comentário