13 setembro 2024

Palavra de poeta: Manuel Bandeira

O último poema

Manuel Bandeira 

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas
mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem
os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.


[Ilustração: Andre Kohn]

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