Cláudio Carraly*
O Oriente Médio, uma das regiões mais complexas do mundo, tem sido historicamente um ponto de convergência de civilizações, culturas e poderes geopolíticos. Sua relevância no cenário internacional se deve tanto à sua localização estratégica, conectando três continentes, quanto à vasta riqueza em recursos naturais, principalmente o petróleo. Aqui observaremos as principais questões históricas e políticas que moldaram a região. O impacto do imperialismo europeu, o conflito árabe-israelense, as consequências da Primavera Árabe, a guerra fria regional entre Irã e Arábia Saudita e o papel das intervenções estrangeiras.
1. Imperialismo europeu e suas consequências no Oriente Médio
O imperialismo europeu trouxe consigo profundas mudanças sociais e políticas. As potências coloniais muitas vezes privilegiaram elites locais em detrimento da maioria da população, alimentando o ressentimento e fomentando a resistência. Movimentos nacionalistas árabes e persas começaram a surgir, tentando unificar a região e criar estados independentes da influência ocidental.
A descoberta de petróleo no início do século XX apenas intensificou o interesse europeu pela região, com os recursos energéticos do Oriente Médio se tornando uma fonte de poder econômico e geopolítico. A Grã-Bretanha, por exemplo, garantiu uma presença estratégica no Golfo Pérsico, onde controlou o petróleo do Irã e do Iraque por meio de concessões, enquanto a França exercia domínio sobre o Líbano e a Síria. Esse controle externo dos recursos naturais provocou ressentimento entre as populações locais, cujas economias estavam sendo exploradas por interesses estrangeiros.
2. O Conflito Árabe-Israelense: um foco central de disputa
O conflito árabe-israelense é uma das questões mais duradouras e impactantes no Oriente Médio. As raízes do conflito remontam ao final do século XIX, com o surgimento do sionismo, um movimento nacionalista judeu, que defendia a criação de um país para o povo judeu na Palestina, território até então controlado pelo Império Otomano. Com a Declaração de Balfour, em 1917, o governo britânico comprometeu-se com a criação desse estado judaico na Palestina, o que acirrou os ânimos entre a população árabe local e os imigrantes judeus.
A criação do Estado de Israel em 1948, como os palestinos à época não aceitaram a criação conjunta determinada pela ONU de dois estados, Palestina e Israel, exacerbou e desencadeou a primeira de muitas guerras entre os estados árabes vizinhos e Israel. A situação aumentou as tensões na região. A Guerra dos Seis Dias de 1967 e a Guerra do Yom Kippur, em 1973, consolidaram ainda mais a posição de Israel como uma potência militar no Oriente Médio, e geraram a consequente expansão territorial, criando uma crise de refugiados palestinos enquanto a Questão Palestina tornou-se central na política regional e global.
A luta pela autodeterminação palestina foi marcada pela resistência, com a criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1964, que procurava estabelecer um estado independente para os palestinos. O conflito árabe-israelense também viu o surgimento de vários grupos armados, complicando ainda mais a questão. A presença ilegal israelense na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental continua a ser um ponto de disputa, com as negociações de paz permanecendo sem solução definitiva.
3. A Primavera Árabe: esperanças e realidades
Em 2010, uma onda de protestos populares conhecidos como a Primavera Árabe eclodiu no Oriente Médio e no Norte da África. O estopim foi o ato de autoimolação de um vendedor de frutas na Tunísia, que protestava contra a corrupção e a repressão estatal. O incidente levou a protestos em massa que derrubaram o regime tunisiano e inspiraram movimentos semelhantes no Egito, Líbia, Síria, Iêmen e outros países.Inicialmente, a Primavera Árabe foi vista como uma oportunidade de democratização na região. No Egito, a queda do presidente Hosni Mubarak, que governava há mais de 30 anos, gerou esperanças de uma transição democrática, no entanto, a eleição vencida por extremistas religiosos levou os militares ao poder com um golpe de estado em 2013, frustrando as expectativas de um governo democrático duradouro.
Na Líbia, a intervenção militar da OTAN em apoio aos rebeldes que lutavam contra o regime de Muammar Gaddafi resultou na queda do ditador, mas também mergulhou o país em uma guerra civil contínua. O caos político permitiu a ascensão de milícias e grupos extremistas, deixando a Líbia fragmentada e direitos sociais, das mulheres e minorias foram revogados. O colapso do Estado líbio foi um dos muitos exemplos de como a Primavera Árabe, em vez de trazer estabilidade, gerou uma nova onda de conflitos na região e uma ascensão de fundamentalistas ao poder.
Na Síria, os protestos rapidamente se transformaram em uma brutal guerra civil, com o regime de Bashar al-Assad, apoiado pelo Irã e pela Rússia, lutando contra uma variedade de grupos rebeldes apoiados por potências ocidentais e árabes. A guerra civil síria não só causou centenas de milhares de mortes, mas também gerou milhões de refugiados e deslocados internos. Além disso, o vácuo de poder criado pela guerra permitiu o surgimento do autodenominado “estado islâmico” ou Daesh, que declarou um califado em vastas áreas da Síria e do Iraque, promovendo massacres, assaltos e destruição do patrimônio histórico, principalmente da Síria.
4. A guerra fria regional: Arábia Saudita e Irã
Uma das dinâmicas mais importantes do Oriente Médio contemporâneo é a rivalidade entre Arábia Saudita e Irã. Essas duas potências representam os principais blocos religiosos e geopolíticos da região – os sunitas e os xiitas – e têm travado uma guerra fria por influência, que se estende por todo o Oriente Médio.A Arábia Saudita, que é sunita, aliada aos Estados Unidos, busca manter sua hegemonia no Golfo Pérsico e impedir a expansão da influência iraniana. O Irã, que é xiita, desde a Revolução Islâmica de 1979, tem procurado exportar sua influência e desafiar a ordem estabelecida por potências sunitas na região. Essa rivalidade se manifesta em conflitos por procuração em países como Síria, Iraque, Iêmen e Líbano, onde ambos os países apoiam facções locais opostas.
No Iêmen, a guerra civil tornou-se um campo de batalha entre os sauditas e os iranianos. A Arábia Saudita apoia o governo iemenita contra os rebeldes houthis, milícia xiita que é financiada pelo Irã. A guerra, que começou em 2015, resultou em uma das maiores crises humanitárias do mundo, com milhões de iemenitas enfrentando fome e falta de acesso a serviços básicos.
Na Síria, o Irã tem sido um dos principais apoiadores do regime de Assad, fornecendo armas, tropas e apoio financeiro. A Arábia Saudita, por outro lado, apoia vários grupos rebeldes que tentam derrubar Assad. A guerra civil síria tornou-se um exemplo claro de como a rivalidade entre Arábia Saudita e Irã tem implicações devastadoras para os países da região e reflexos globais.
5. A atual guerra entre Israel e o Hamas e a invasão do usl do Líbano
A guerra entre Israel e o Hamas, que explodiu em outubro de 2023, foi desencadeada pelo Hamas, que aproveitando um feriado judeu, desferiu um ataque coordenado, envolvendo o disparo massivo de foguetes e invasões de militantes fortemente armados ao sul de Israel, pegando as forças de defesa israelenses de surpresa. Esse ataque resultou em milhares de vítimas civis israelenses, incluindo assassinatos, estupros e sequestros. O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, reivindicou o ataque como uma resposta à ocupação israelense.Israel, em retaliação, lançou uma operação militar de grande escala contra Gaza, envolvendo bombardeios intensos e uma invasão terrestre com o objetivo de destruir as capacidades militares do Hamas, incluindo túneis subterrâneos, arsenais de foguetes e centros de comando. A resposta israelense também mirou a infraestrutura civil de Gaza, levando a uma crise humanitária severa, com dezenas de milhares de deslocados e centenas de civis mortos. Além do Hamas, outros grupos militantes menores, como a Jihad Islâmica, também se envolveram no conflito, aumentando a complexidade do conflito.
O envolvimento de atores regionais é fundamental para entender essa escalada. O Irã, que há anos apoia financeira e militarmente o Hamas e a Jihad Islâmica, assumiu um papel importante ao fornecer tecnologia avançada de foguetes e suporte logístico. Ao mesmo tempo, o Hezbollah, um poderoso grupo xiita militante baseado no sul do Líbano e também financiado pelo Irã, aumentou sua atividade ao longo da fronteira norte de Israel. O Hezbollah começou a disparar foguetes contra o território israelense e realizar ataques de artilharia, testando as defesas israelenses na região.
O sul do Líbano tornou-se, assim, uma segunda frente de batalha. O Hezbollah, profundamente mais bem armado e organizado do que o Hamas, com uma força estimada em milhares de combatentes e um estoque substancial de mísseis de médio e longo alcance, representa uma ameaça mais significativa para Israel. As incursões israelenses no Líbano, em resposta aos ataques do Hezbollah, levantaram temores de uma guerra em duas frentes, o que complicaria ainda mais as operações militares israelenses, que vêm respondendo com violência extremada e desproporcionalidade de força, atingindo profundamente a população civil libanesa.
O governo libanês, que luta com uma crise econômica e política interna, tem sido incapaz de conter ou expulsar o Hezbollah do seu território, fazendo com que a milícia opere praticamente de forma independente no sul do país, outra dificuldade do Líbano está em agir diplomaticamente junto ao Irã e Israel para conter o crescimento da crise, o que pode levar o país de volta a uma guerra civil como ocorreu até 1985.
Esse conflito, portanto, não se limita a uma batalha entre Israel e o Hamas e o Hesbollah, mas envolve uma teia de alianças regionais e globais, com o Irã no centro, apoiando seus próxies em uma guerra por procuração contra Israel. Além disso, a situação gera preocupação internacional, com potências como os Estados Unidos apoiando Israel diplomaticamente e militarmente, enquanto outras nações e blocos, como a Liga Árabe e a União Europeia, tentam mediar ou mitigar as consequências humanitárias e políticas do conflito.
6. Intervenção estrangeira e suas consequências no Oriente Médio
A intervenção estrangeira sempre foi um fator decisivo no Oriente Médio, moldando as dinâmicas internas da região. No século XXI, as intervenções militares de potências globais, especialmente dos Estados Unidos e da Rússia, continuam a desempenhar um papel central nos conflitos locais.A invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003, foi um dos eventos mais significativos da política externa americana no Oriente Médio. O objetivo declarado era derrubar o regime de Saddam Hussein e eliminar as supostas armas de destruição em massa do país. No entanto, o colapso do governo iraquiano e a subsequente ocupação americana resultaram em uma guerra civil que dividiu o país entre sunitas, xiitas e curdos. Esse vácuo de poder também facilitou o surgimento de grupos insurgentes, incluindo a Al-Qaeda no Iraque e, posteriormente, o Daesh - estado islâmico.
O Irã aproveitou o colapso do regime de Saddam para expandir sua influência no Iraque, que tem maioria xiita, apoiando milícias e ganhando terreno político em Bagdá. O aumento da influência iraniana no Iraque gerou preocupações entre os países árabes sunitas e, especialmente, na Arábia Saudita. Para muitos analistas, a invasão americana não apenas desestabilizou o Iraque, mas também mudou o equilíbrio de poder na região, permitindo que o Irã ganhasse influência estratégica em uma área antes dominada pelos interesses árabes sunitas e ocidentais.
Outra intervenção estrangeira significativa foi a participação da Rússia na guerra civil síria. Em 2015, a Rússia entrou oficialmente no conflito ao lado do regime de Bashar al-Assad, com o objetivo de estabilizar o governo e garantir sua presença militar na região. A intervenção russa, que incluiu bombardeios aéreos maciços, ajudou Assad a recuperar grandes áreas de território, especialmente contra grupos rebeldes apoiados por países ocidentais e árabes sunitas. Essa intervenção consolidou a presença russa no Mediterrâneo Oriental, garantindo-lhe uma posição de destaque. Hoje os russo tem bases militares na região sendo parte fundamental nas negociações sobre o futuro da Síria.
As potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos, têm enfrentado dificuldades para definir sua política no Oriente Médio após a Primavera Árabe. Durante o governo de Donald Trump, os EUA se afastaram de muitas das alianças tradicionais da região, ao mesmo tempo em que fortaleceram os laços com Israel e Arábia Saudita. A decisão de Trump de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, em 2018, e de reimpor sanções econômicas severas ao país intensificou as tensões regionais, tornando o futuro do Oriente Médio ainda mais imprevisível.
Outra questão fundamentou foi a determinação da saída das tropas dos Estados Unidos do Afeganistão, fato que só ocorreu em definitivo na gestão Biden, abrindo caminho para o retorno do Talibã ao poder na região, enfraquecendo os Curdos que lutaram ao lado dos norte-americanos por décadas. Nesse vácuo de poder a Rússia surgiu como um novo aliado dos curdos, fazendo mediação com o novo governo do Afeganistão.
No entanto, a intervenção estrangeira no Oriente Médio não se limitou a operações militares. A crescente influência da China, particularmente através de investimentos econômicos e acordos comerciais, está remodelando as alianças regionais. A China tem ampliado sua presença econômica na região por meio da Iniciativa da Nova Rota da Seda, buscando acesso aos recursos energéticos do Golfo e fortalecendo parcerias estratégicas com países como o Irã e a Arábia Saudita. Embora a China não tenha uma política de intervenção militar direta, sua crescente presença econômica pode mudar a dinâmica geopolítica do Oriente Médio nas próximas décadas.
7. Desafios futuros e perspectivas para o Oriente Médio
Os desafios que o Oriente Médio enfrenta são complexos e multifacetados. A rivalidade entre Arábia Saudita e Irã, que se estende por várias décadas, continua a ser um dos principais motores de instabilidade regional. Essa "guerra fria" entre as duas potências regionais exacerba conflitos sectários e gera guerras por procuração em países como Síria, Iêmen e Líbano, resultando em um sofrimento humano imensurável e no atraso do desenvolvimento econômico e social em várias partes da região.O conflito árabe-israelense, embora tenha experimentado períodos de negociações, ainda não foi resolvido de forma satisfatória. A expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e as contínuas tensões em Jerusalém continuam a alimentar o ressentimento entre palestinos e israelenses. Embora alguns países árabes tenham normalizado suas relações com Israel por meio dos Acordos de Abraão, assinados em 2020, a questão palestina permanece uma ferida aberta que complica a paz duradoura no Oriente Médio.
Além das rivalidades geopolíticas e dos conflitos armados, o Oriente Médio enfrenta uma série de desafios socioeconômicos que ameaçam a estabilidade futura da região. O desemprego é uma questão crítica, com muitos jovens em países como o Egito, Jordânia e Tunísia sem perspectivas de emprego. Essa falta de oportunidades alimenta o descontentamento social, alimentando a radicalização, além de poder gerar novas ondas de violência.
A crise dos refugiados é outro grande desafio. Milhões de sírios, palestinos, iemenitas, iraquianos e agora libaneses foram deslocados pelos conflitos em seus países, criando pressões sobre os países vizinhos, como, Egito, Jordânia e Turquia, que abrigam grandes populações de refugiados. A comunidade internacional, embora tenha fornecido assistência humanitária, ainda não conseguiu resolver adequadamente a questão do reassentamento e da reconstrução pós-guerra.
Em termos ambientais, o Oriente Médio também enfrenta desafios crescentes relacionados à escassez de água e às mudanças climáticas. A desertificação e a falta de recursos hídricos estão pressionando ainda mais as populações em áreas rurais e fomentando migrações internas e tensões sociais. A cooperação regional em questões ambientais é crucial, mas os conflitos geopolíticos muitas vezes dificultam a implementação de soluções sustentáveis.
Por fim, as questões de governança e corrupção são problemas profundamente enraizados em muitos países do Oriente Médio. Regimes autoritários, que se perpetuam no poder por décadas, enfrentam crescente resistência das populações locais que clamam por maior transparência, justiça social e direitos políticos. Embora as tentativas de democratização durante a Primavera Árabe tenham fracassado em muitos países, o desejo de mudança continua presente, especialmente entre as gerações mais jovens. A questão fundamental é que tipo de mudança? Essa mudança também pode ser para pior.
A paz
O Oriente Médio é uma região de complexidades geopolíticas e históricas únicas. Desde as intervenções imperialistas europeias até os conflitos contemporâneos, a região tem sido palco de profundas transformações políticas e sociais. O imperialismo europeu no início do século XX, o conflito árabe-israelense, a Primavera Árabe e a rivalidade entre Arábia Saudita e Irã moldaram as estruturas de poder e os desafios enfrentados atualmente.
Para que a paz e a estabilidade possam ser alcançadas na região, são necessárias várias abordagens integradas. Em primeiro lugar, o diálogo diplomático multilateral é essencial. Um esforço coordenado que envolva as principais potências regionais — como Arábia Saudita, Irã e Israel — juntamente com atores globais como Estados Unidos, Rússia, China e a União Europeia, poderia criar uma plataforma para a mediação de conflitos e a prevenção de escaladas. A criação de fóruns regionais para a cooperação em segurança, comércio e questões ambientais seria um passo importante para fortalecer os laços entre nações e reduzir a desconfiança mútua.
Além disso, a solução para o conflito palestino-israelense é crucial. A retomada das negociações de paz, com base em parâmetros acordados internacionalmente, incluindo uma solução de dois estados, deve ser uma prioridade. Essa solução deve ser acompanhada de garantias de segurança tanto para Israel quanto para os palestinos, e medidas concretas para melhorar as condições de vida nos territórios palestinos, incluindo o fim do bloqueio de Gaza e a promoção de desenvolvimento econômico.
No âmbito das rivalidades sectárias e regionais, um acordo de paz entre Arábia Saudita e Irã, baseado em uma coexistência pacífica e no respeito às esferas de influência de ambos, seria fundamental para reduzir as tensões que alimentam guerras por procuração no Iêmen, Síria e Líbano. Isso poderia ser facilitado por mediações neutras ou por organismos multilaterais como a ONU, incentivando compromissos em áreas-chave como a redução da militarização e o combate ao extremismo.
Internamente, a promoção de governos mais transparentes, democráticos e responsáveis é vital para a estabilidade a longo prazo. As demandas populares por reformas políticas e econômicas não podem ser ignoradas. Os países da região devem adotar políticas que fomentem a inclusão social e econômica, proporcionando oportunidades para as gerações mais jovens e diminuindo as desigualdades que frequentemente geram revoltas. Investimentos em educação, infraestrutura e sustentabilidade ambiental são peças essenciais para a construção de uma paz duradoura.
Finalmente, a cooperação em questões transnacionais, como as mudanças climáticas e a escassez de recursos hídricos, pode ser uma oportunidade para os países do Oriente Médio encontrarem soluções comuns e construírem uma base de confiança mútua. A criação de iniciativas regionais de conservação ambiental e de gerenciamento sustentável dos recursos naturais poderia ajudar a mitigar os impactos das crises ambientais e fomentar uma integração econômica mais forte.
A paz e a estabilidade no Oriente Médio dependerão da capacidade das lideranças locais e globais em enfrentar esses desafios com uma abordagem multilateral, inclusiva e voltada para o futuro. Somente com cooperação, diálogo e compromisso será possível construir uma região mais pacífica e próspera nas próximas décadas.
*Advogado, ex-Secretário Executivo de Direitos Humanos de Pernambuco
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