13 outubro 2024

Minha opinião

Qual seleção brasileira? 
Luciano Siqueira 

Ao passar em revista as notícias deste domingo, de relance vejo um lembrete de que o Brasil enfrentará o Peru na próxima terça-feira à noite, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. 

Trata-se das eliminatórias para a próxima Copa do Mundo, onde estamos lá embaixo na tabela. 

Nada mais li. Pouco me interessa. 

Na verdade, predomina entre milhões de torcedores e torcedoras antes apaixonados pelo futebol brasileiro uma certa apatia no que diz respeito ao outrora glorificado selecionado canarinho.

Começa que ninguém sabe a escalação. A cada jogo, o atual técnico muda o time. 

Há vários jogadores desconhecidos. Atuam na Europa, para onde se transferiram no início de suas carreiras e antes mesmo que se tornarem ídolos aqui. 

E quando os vemos jogar pela TV, envergando a camisa da seleção, temos a impressão de que cada um cuida de si mesmo no afã de manter o prestígio junto aos torcedores estrangeiros dos clubes a que atualmente servem. 

Aquela garra e aquele entusiasmo por envergar a camisa da seleção já se dissiparam há muito tempo. 

Cada atleta se sente como uma espécie de "influencer", prioritariamente interessado em manter a imagem nas redes sociais. E, de quebra, seguirem como produto valorizado no grande mercado mundial do futebol. 

Essa "internacionalização" da prática esportiva que mais entusiasma o povo brasileiro acontece também cá entre nós. Nunca se teve tantos técnicos estrangeiros dirigindo clubes da série A!

A resultante disso tudo — em minha modestíssima compreensão de torcedor que já não frequenta os estádios e apenas assiste jogos pela TV — é o esgarçamento progressivo daquilo que se chamava outrora futebol "brasileiro".

Bom seria que a CBF, que manda e desmanda conforme o instinto do grupo que a comanda momentaneamente, resolvesse montar uma seleção formada apenas com jogadores atuantes em território nacional (alguns inclusive com experiência fora do país).

Dando oportunidade, inclusive, a jovens craques recém-saídos das categorias de base, como Estevam, do Palmeiras, se tornarem ídolos em nosso próprio território antes de se transferirem para Europa. 

Talvez assim voltássemos a ter uma seleção brasileira de futebol digna desse título e capaz de empolgar o povo brasileiro.

Leia sobre a pálida seleção brasileira https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/10/palida-selecao-brasileira.html

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