Contraofensiva teórica e prática*
Luciano Siqueira
Margeando o balanço geral algo precipitado dos resultados das eleições municipais, a se concluírem domingo próximo, circulam supostas "alternativas" às dificuldades conjunturais das correntes de esquerda.
Tudo dentro de um quadrado limitante mais relacionado com o marketing
político do que propriamente com os problemas concretos, que dão base objetiva
às tendências do eleitorado.
Daí conclusões apressadas que apenas dizem respeito à ênfase que
supostamente deva ser dada a determinadas pautas imediatas.
Como se a propaganda, nas suas diversas facetas e mediante sofisticados
instrumentos disponíveis na atualidade, desse conta da empreitada.
Na verdade, é preciso reconhecer corajosamente que as forças à esquerda
e democráticas em nosso país atravessam uma fase de imensas dificuldades
teóricas, políticas e práticas.
Não bastam realizações de sentido popular de um governo que mira a
maioria, porém se vê enlaçado num verdadeiro cipoal de constrangimentos
políticos, institucionais e ideológicos.
A agenda da esquerda no Brasil atual e mundo afora, digamos assim,
comparando com o final do século XIX e o início do século XX, que exigiu e
obteve (sobretudo com a contribuição de Lenin), hoje reclama respostas teóricas
e práticas que elucidem o caminho da superação da ordem vigente.
Por enquanto, em nosso país tropical, ainda predomina o debate
superficial muito mais atento aos novos meios de comunicação e mecanismos de
difusão das ideias do que propriamente à resolução das questões de fundo.
O retorno à base da sociedade mediante trabalho político
"artesanal" cotidiano, persistente e criativo, há que ter como
substrato a solução de questões teóricas e políticas de fundo.
Imensos desafios a serem enfrentados com a coragem intelectual e a
determinação e o entusiasmo dos que se batem pela emancipação política,
econômica e cultural do país.
*Texto da minha coluna desta quinta-feira no portal Vermelho
Leia sobre o trabalho político junto ao povo https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/05/minha-opiniao_18.html
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