Obra tão portentosa
assim?
Luciano
Siqueira
No mundo pleno de tensões próprias da transição da situação de unipolaridade hegemonizada pelos Estados Unidos para o novo desenho multipolar, às vezes é difícil distinguir aquilo que é cientificamente válido da mera provocação política.
Por exemplo, a afirmação de que uma mega obra na China estaria afetando
a rotação da Terra.
Trata-se da Barragem das Três Gargantas, na província de Hubei,
destinada ao controle de enchentes, propiciar o transporte fluvial e gerar
energia.
Realmente imensa: mais de 2 km de extensão e 180 m de altura.
É a maior barragem do mundo!
O IFLSciense registra que o manuseio de volume tão imenso de água
influencia o momento de inércia da terra e, consequentemente, afetaria a sua
rotação.
Diz o geofísico da NASA Benjamin Fong Chao que a barragem apta a rede 40
km quadrado de água pode estender a duração de um dia em aproximadamente 0,06
microssegundos.
É assunto para cientista mesmo. Fora do alcance desse modesto leitor de
notícias várias.
A questão de fundo parece ser um crescente desacordo entre a Natureza
tal como originalmente se apresentou e a sua manipulação pelos humanos ao longo
dos séculos.
Mas é preciso distinguir tanto do que é sensato e cientificamente
correta na exploração do mundo natural em favor da manutenção e preservação da
população humana daquilo que extrapola esses limites na busca cega do lucro
máximo.
A consequência imediata é que devemos nos informar sobre afirmações
assim tão polêmicas quanto estas a proposta da Barragem das Três Gargantas com
o crivo da sensatez e atenção ao conflito político que permeia tudo isso.
Leia sobre o "desencanto" capitalista https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/07/desencanto-capitalista.html
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