Como a China encara a mobilidade urbana
Diante da urbanização mais intensa da História, país optou pelo transporte público. Metrôs, trens e ônibus elétricos espalharam-se. Rede de alta velocidade é o dobro de todas as outras do mundo, somadas. Agora vêm os ônibus autônomos
Fernando Marcelino/Outras Palavras
A China vive o maior e mais rápido processo de urbanização da história da humanidade. Centenas de milhões de pessoas migraram das áreas rurais para as cidades, levando ao surgimento de megacidades e à expansão das áreas urbanas. Essa rápida urbanização colocou imensa pressão sobre as infraestruturas de transporte existentes, resultando em estradas congestionadas, sistemas de transportes públicos sobrelotados e aumento da poluição. A rápida urbanização levou o governo a adotar iniciativas de cidades inteligentes voltadas para a criação de ambientes urbanos mais habitáveis, sustentáveis e eficientes.
Uma das maiores apostas para “rejuvenescer” o país e torná-lo mais moderno passou a ser o investimento na malha de transporte. Nos últimos 15 anos, a China tem conduzido uma verdadeira revolução nos seus sistemas de mobilidade. Impulsionados pela rápida urbanização e por avanços tecnológicos inovadores – de redes ferroviárias de alta velocidade a ônibus elétricos e iniciativas avançadas de planejamento urbano – a China está revolucionando a maneira como as pessoas se movem dentro das cidades e entre regiões
A rede ferroviária de alta velocidade é uma prova dos esforços ambiciosos de desenvolvimento de infraestrutura do país. Os projetos começaram em 2004, quando o governo chinês criou o Plano de Rede Ferroviária de Médio e Longo Prazo, determinando que a capacidade de transporte do país deveria atender as necessidades do desenvolvimento econômico e social nacional. O plano incluiu o projeto de uma rede de ferrovias de alta velocidade chamado “oito verticais e oito horizontais”. A meta foi a de duplicar a rede anterior para melhorar a conexão entre as regiões Norte e Sul, e entre o Leste e o Oeste do país. Outro objetivo era expandir a rede de trens de alta velocidade até conectar todas as cidades com populações de mais de meio milhão de habitantes.
Hoje, com mais de 38.000 km de linhas ferroviárias de alta velocidade em operação, a China ostenta a maior e mais extensa rede deste tipo do mundo. O sistema conecta grandes cidades em todo o país, oferecendo opções de transporte rápidas, eficientes e acessíveis para milhões de passageiros todos os dias.
A China chegou a 105 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Grande parte delas é atravessada por estações de trem de alta velocidade. Projetos como a linha que conecta Guangzhou a Shenzhen e Hong Kong integraram a população e impulsionaram o desenvolvimento de várias regiões. Além disso, as linhas que chegam até áreas remotas, como a Ferrovia Lhasa-Nyingchi, no Tibete, sugerem um compromisso de conectar todas as regiões, trazendo desenvolvimento para áreas mais isoladas. A velocidade é um fator decisivo desta revolução. Os trens de alta velocidade chineses atingem até 350 km/h. Isso significa uma diferença gigantesca para quem precisa se deslocar entre cidades distantes. Uma viagem entre Pequim e Xangai, que antes levava 12 horas, hoje é completada em pouco mais de 4 horas. Já o trajeto entre Pequim e Guangzhou, que durava 21 horas, agora é feito em apenas 7 horas. Com a redução do tempo de viagem, milhões de chineses conseguem aproveitar mais do tempo em suas rotinas.
A China também tem exportado sua tecnologia ferroviária de alta velocidade para outros países, no Sudeste Asiático (como a ferrovia Bangkok-Nong Khai na Tailândia e a linha Jacarta-Bandung da Indonésia), África (Nairóbi e Addis Ababa, por exemplo) e, mais recentemente, Europa, em cidades como Belgrado e Moscou, bem como a rota de trem de carga Pequim-Budapeste, de 9.500 km.
A China chegou a 105 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Grande parte delas é atravessada por estações de trem de alta velocidade. Projetos como a linha que conecta Guangzhou a Shenzhen e Hong Kong integraram a população e impulsionaram o desenvolvimento de várias regiões. Além disso, as linhas que chegam até áreas remotas, como a Ferrovia Lhasa-Nyingchi, no Tibete, sugerem um compromisso de conectar todas as regiões, trazendo desenvolvimento para áreas mais isoladas. A velocidade é um fator decisivo desta revolução. Os trens de alta velocidade chineses atingem até 350 km/h. Isso significa uma diferença gigantesca para quem precisa se deslocar entre cidades distantes. Uma viagem entre Pequim e Xangai, que antes levava 12 horas, hoje é completada em pouco mais de 4 horas. Já o trajeto entre Pequim e Guangzhou, que durava 21 horas, agora é feito em apenas 7 horas. Com a redução do tempo de viagem, milhões de chineses conseguem aproveitar mais do tempo em suas rotinas.
A China também tem exportado sua tecnologia ferroviária de alta velocidade para outros países, no Sudeste Asiático (como a ferrovia Bangkok-Nong Khai na Tailândia e a linha Jacarta-Bandung da Indonésia), África (Nairóbi e Addis Ababa, por exemplo) e, mais recentemente, Europa, em cidades como Belgrado e Moscou, bem como a rota de trem de carga Pequim-Budapeste, de 9.500
Em 2017, a empresa Golden Dragon apresentou o ASTAR, um novo modelo de miniônibus elétrico medindo seis metros de comprimento e dois metros de largura — sendo por isso extremamente ágil e manobrável. Já foi implatando nas províncias de Zhejiang, Guangdong, Jiangsu, Shaanxi e Fujian, tornando-se parte no transporte urbano. Na cidade de Fuzhou, o ônibus elétrico ASTAR está equipado com 10 assentos e pode transportar no máximo 24 passageiros. Atualmente, funciona em 12 rotas e oferece mais comodidade de viagem para mais de 280 mil passageiros que precisam viajar entre suas casas e as estações de metrô. Em Longgang, província de Zhejiang, um total de 40 unidades de ônibus elétricos ASTAR cruzam a cidade. Trabalhando em quatro rotas de microônibus, eles conectam áreas comerciais, comunidades residenciais, escolas e mercados de produtos agrícolas da cidade. Os residentes podem facilmente obter os serviços de ônibus simplesmente acenando com as mãos. Em Xiamen, os residentes podem solicitar serviços de transporte ASTAR em seus smartphones, o que economiza muito tempo das pessoas. Graças às tecnologias 5G, os ônibus elétricos ASTAR funcionam sob demanda, aumentando significativamente a sua eficiência. Como ônibus de condução autônoma de segunda geração, atingem o nível 4 de direção autônoma e são capazes de realizar uma série de tarefas exigentes, incluindo evitar barreiras, planejar rotas, ultrapassar outros veículos, estacionamento autônomo, etc.
Esta revolução na mobilidade chinesa só está sendo possível pelo papel do Estado conduzindo o planejamento territorial e econômico, com financiamento massivo e grande capacidade na execução de projetos. Ferrovias de alta velocidade cruzando o país, eletrificação das frotas de ônibus e mobilidade compartilhada, automação, foco nas pessoas e grandes investimentos em tecnologia estão tornando a China uma referência em transporte moderno e sustentável. Seus experimentos de grande escala nas áreas de transporte são de enorme valor para outros grandes países em desenvolvimento.
Leia sobre enfrentamento das mudanças climáticas na China https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/05/china-solucao-tormenta-climatica.html
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