18 julho 2025

Editorial do 'Vermelho'

Traição ao Brasil desmascara direita. Defesa da soberania fortalece governo Lula
Canalizar as energias ao objetivo central: Unir o Brasil em defesa da soberania nacional e derrotar os ataques do imperialismo estadunidense contra nossa pátria.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém o Brasil sob ataque. Depois do tarifaço de 50% anunciado para entrar em vigência em 1º de agosto, ele abriu uma investigação comercial contra o Brasil na qual até o PIX e o comércio da rua 25 de março, da cidade de São Paulo, entram na linha de tiro.

Por sua vez, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte – um fantoche de Trump –, sem base legal alguma ameaçou Brasil, China e Índia de sanções “secundárias”, caso mantenham relações comerciais com a Rússia.

No front jurídico, avança na justiça do estado da Florida o processo movido contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a pedido das empresas Trump Media & Technology Group, ligada ao presidente dos Estados Unidos, e da plataforma de vídeos Rumble.

Na quinta-feira (17), Trump prosseguiu a escalada contra o Brasil, com uma carta aberta a Bolsonaro na qual, com ares de imperador, exige a imediata suspensão do julgamento do STF. O chefe do “núcleo crucial” da organização criminosa do golpe, agradecido, jurou gratidão eterna a Trump. Mas, a alegria do golpista-mor durou pouco. Nesta sexta-feira (18), o STF decidiu por medidas restritivas a Bolsonaro, entre elas, uso de tornezeleira eletrônica, proibição de uso das redes sociais. Também está proibido de se comunicar com diplomatas estrangeiros e com o filho Eduardo que conspira contra o Brasil nos EUA.

A resposta do Poder Executivo, sob o governo Lula, do Poder Judiciário, a partir do STF, tem sido de firme de rechaço a Trump. Nesta quarta-feira (16), os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB), ao lado do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também saíram em defesa da soberania nacional.

Na segunda-feira (14), as alegações da Procuradoria Geral da República que pedem a condenação Bolsonaro e demais membros do “núcleo crucial” da organização criminosa que planejou e executou uma tentativa de golpe de Estado para derrubar a democracia e impor regime ditatorial, demonstraram a altivez do Estado brasileiro às chantagens de Trump. Bolsonaro pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão.

Em reposta à ofensiva de Trump, cresce a tomada de posição de amplos setores da economia nacional, de empresários a trabalhadores, que repudiam esse ataque pesado de uma potência estrangeira aos interesses nacionais. O governo do presidente Lula, que enfrentava um choque de proporções graves entre Executivo e Legislativo em razão do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), superou as dificuldades e retomou a iniciativa política ao liderar um movimento amplo para unir o Brasil em defesa da economia nacional e dos empregos e repelir energicamente a chantagem de Trump sobre o STF, na busca por livrar Bolsonaro da cadeia.

Já o consórcio da direita/extrema-direita, em especial Bolsonaro e seu clã – mas não só, inclui-se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas –, ao ter aplaudido o tarifaço de Trump e, mais do que isso, expressar orgulho por ter articulado e urdido o ataque contra o Brasil, como fez o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente de extrema-direita, ficou nu em praça pública, pois foi ao chão a fantasia verde-amarelo que vestia. Se revelaram por inteiro traidores da pátria, como ressaltou o presidente Lula, e presos a Trump pela coleira da subserviência.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse, às escancaras, que as tarifas de Trump são “um empurrãozinho” para a aprovação da “anistia, ampla, geral e irrestrita”. Leia-se: “Livrem meu pai da cadeia e não haverá tarifa”. Tarcísio de Freitas, por sua vez, bateu palmas a Trump e ainda culpou Lula pelo tarifaço, algo sem sentido.

Diante de um gigante coral que não para de crescer, mais e mais vozes se movimentam em defesa do Brasil. O consórcio da direita/extrema-direita foi empurrado à defensiva e vieram à tona divisões, inclusive o tiroteio entre Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, que retrata a disputa virulenta sobre qual candidatura deve encabeçar esse campo nas eleições de 2026. O fato é que Tarcísio sai chamuscado desse episódio.

Além do presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckimin atua, reunindo-se com empresários de vários setores, construindo caminhos de negociação com os Estados Unidos e prospectando mercados alternativos.

Cresceu também a performance da base de apoio do governo Lula nas redes sociais e nas ruas. Foi exitosa a manifestação de rua de São Paulo com as palavras de ordem pela taxação do super ricos, “1% contra 99%. O Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Goiânia, que termina no domingo (20), tendo contado inclusive com a presença do presidente Lula, marca o posicionamento combativo da juventude estudantil brasileira em defesa da soberania nacional e contra os ataques do imperialismo estadunidense.

O Plebiscito Popular por um Brasil Mais Justo, organizado por movimentos sociais, centrais sindicais, partidos de esquerda e expressões religiosas progressistas, está em andamento e já ultrapassou mais de meio milhão de votos. O governo obteve vitória importante no STF, com decisão favorável à cobrança do IOF, com algumas mudanças. Já foi aprovado em comissão o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e taxação do super ricos.

Todavia, essas boas notícias não apagam a gravidade do momento. Quando o país recebe o ataque contra sua soberania por parte de uma grande potência que tenta reverter seu declínio pela via do extremismo de direita, sob comando de um líder neofacista, não se pode saber até onde vai escalar essa ofensiva. Em nenhum momento se pode subestimar o presente ataque. O presidente Lula tem acertado ao agir com altivez e firmeza em defesa do Brasil e, ao mesmo tempo, adotar uma conduta tática ampla, flexível e sagaz. Tal e qual foi seu pronunciamento em rede nacional de rádio e TV. Há que ficar, claro como a luz do sol, que a razão está com o Brasil.

Cumpre também recompor a base parlamentar de apoio ao governo nas duas casas do Congresso. Construir convergência com o empresariado nacional, inclusive da agroindústria. Impõe-se a mais ampla aliança possível. A aprovação da Lei da Reciprocidade foi uma prova de que a amplitude é necessária e viável. É preciso, com igual a importância, esclarecer e mobilizar o povo, os trabalhadores, intensificar a comunicação e ocupar as ruas.

Diante de um grande confronto, há que haver sagacidade para escolher as batalhas. Evitar refregas secundárias. Tudo que é centrípeto, o que aglutina, o que une as forças democráticas, populares, patrióticas, deve ser valorizado, encaminhado. Já o que o dispersa, o que fragmenta—é um erro tático que não se deve cometer. Nesta frente ampla que vai configurando, sempre há unidade e luta. Não se descarta a luta, mas—neste momento— a ênfase deve ser a unidade.

Canalizar as energias ao objetivo central: Unir o Brasil em defesa da soberania nacional tendo à frente o governo do presidente Lula e derrotar os ataques do imperialismo estadunidense contra nossa pátria.

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Unir o Brasil para rechaçar ataque de Trump 
https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/07/palavra-do-pcdob_11.html

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