Em descompasso com a realidade
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
A Folha de S. Paulo, em editorial, festeja o advento da federação formada pela União Brasil e o Partido Progressista como reforço ao conservadorismo no Parlamento — em oposição ao governo Lula.
Entretanto, queixa-se do fato de que o União Brasil tem três ocupantes
da Esplanada dos ministérios filiados à legenda — Celso Sabino, Turismo;
Frederico Siqueira Filho, Comunicações e Waldez Góes, Integração
Nacional.
E o Partido Progressista, André Fufuca, Esportes.
Incoerência? Em grande medida, sim. Porém nem tanto quando se considera
a fragilidade política e ideológica da maioria dos partidos políticos
conservadores, mais interessados em espaços de poder — qualquer que seja a
orientação política do governo — do que em fidelidade programática.
Essa é a nossa realidade. Partidos políticos de feição conservadora são
frágeis e fortemente influenciados pelo fator regional — do Império à
República, até os dias atuais.
E no caso específico do atual governo Lula que opera sob correlação de
forças adversa, cabe o máximo de flexibilidade, sem se afastar dos seus
propósitos e compromissos essenciais com a nação e o povo, no intuito de
amenizar o dique de contenção instalado no Parlamento.
A Folha, que faz oposição sistemática ao governo, agora pressiona a nova
federação a se posicionar em uníssono fiel à elite dominante, marcadamente o
setor financeiro.
Mas a realidade político-partidária não é límpida; é caleidoscópica.
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