Fundamentalmente analógico
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Nunca resisti às novas tecnologias, por curiosidade e mesmo por
conforto. E também por um profundo respeito ao trabalho humano — dos cientistas
e dos operários.
Daí a perder tempo com certos detalhes vai uma distância de anos-luz.
Por exemplo, tentar entender o real significado dos emojis.
Na verdade, em relação às carinhas de diversos tipos e colorações guardo
até certo preconceito. Talvez pelo apego às coisas ditas como são e à clareza
das palavras escritas ou pronunciadas.
Você manda uma mensagem atenciosa a respeito de determinado assunto e
obtém como resposta o minúsculo desenho de uma carinha sorridente. Por que não
a gratidão expressa com todas as letras?
Entretanto, após muitos anos de comunicação digital, me permiti duas
exceções: o polegar para cima, para dizer que gostei ou que concordo; e o
coraçãozinho minúsculo, vermelho ou lilás, como expressão de afeto.
Só. Não mais do que isso — e assim mesmo meio que tímido ou
envergonhado.
Eis que agora descubro que o emoji tem uma importância que jamais
imaginei! O Globo dedica matéria de alguns parágrafos a um emoji
especificamente, o da cara amarela derretida, que estaria sendo usado
erroneamente pela grande maioria dos internautas.
O dito cujo (que nunca havia despertado a minha
atenção, arre!) “aparece sobre uma poça enquanto sorri de lado... Muitos o usam com
ironia, o que gera a dúvida sobre qual é seu verdadeiro significado”, assinala
a matéria.
Depende da interpretação de quem o usa ou de quem o
recebe. E do contexto da conversa, modestamente acrescento. Pode significar
sarcasmo, resposta a algo considerado absurdo ou comentário de duplo sentido,
como também uma forma de suavizar um erro com humor, vergonha, embaraço ou
cansaço...
Se o assunto é tão importante assim, a ponto de
merecer matéria de destaque, cá com meus modestíssimos teclados me vejo como
quase analógico, pois sequer prestara atenção ao tal emoji.
Se mal compreendo, vale para os emojis o dito pelo
inesquecível Chacrinha: “não vim para explicar, eu vim para confundir”. Oxente!
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Leia também: Intolerável vício de linguagem https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/07/minha-opiniao_29.html

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