Hilma af Klint
Permanece por quê?
Luciano Siqueira
Quando a gente conta a idade por décadas (meu caso), aqui e acolá se surpreende prestando atenção a pequenas coisas do cotidiano, sem nem saber o motivo.
Luciano Siqueira
Quando a gente conta a idade por décadas (meu caso), aqui e acolá se surpreende prestando atenção a pequenas coisas do cotidiano, sem nem saber o motivo.
Como placas indicativas naqueles
que antigamente se chamavam “estabelecimentos comerciais”. Ou seja, bares,
restaurantes e congêneres.
Num tempo de comunicação direta e
quase monossilábica, ainda se vêm coisas como "Estacionamento do
restaurante Bom Sabor", quando bastaria a placa
"Estacionamento", que no espaço contíguo ao restaurante é óbvio que
está à disposição dos clientes.
Ou em quiosques comuns na orla, a
placa "Vende-se coco verde", quando bastaria a inscrição "coco
verde" ou mesmo um desenho ilustrativo.
Num restaurante de beira de
estrada, placas indicativas: Sanitário exclusivo para pessoas do sexo masculino
e, idem, do sexo feminino. Outros gêneros, necas.
Numa conceituada clínica do
Recife, em amplo salão destinado aos clientes que aguardam atendimento, os
dizeres em letras imensas: "clientes com consulta marcada, favor
aguardarem neste recinto".
Pode ser coisa de idoso implicante,
mas me reservo o direito de criticar certas bobagens ainda encontradiças
(palavra que só gente antiga ainda usa) em nossos jornais diários. Tipo a
manchete: "Governador viaja ao sertão do Moxotó para visitar obras do
governo do estado".
Pelo amor de Deus, não seria mais
simples e direto escrever "Governador visita obras no Moxotó"?
Agora, tem uma coisa que permanece
nos jornais (e até em revistas), que sinceramente desconfio que serve apenas
para manter a tradição: o tal "jogo dos sete erros".
Custa-me crer que nesse mundo de
atividade febril e concorrência desenfreada tenha tanta gente interessada em
descobrir aqueles erros contidos num desenho tosco e sem graça.
Quem sabe alguns assinantes,
dentre os leitores que nada têm a fazer viessem a reclamar se a seção fosse
suprimida.
Palavras cruzadas, não. Acredito
que ainda movimentem um certo número de interessados. Eu mesmo de vez em quando
arrisco preencher aquelas espaços destinados a traduzir conceitos e situações
nem sempre comuns.
Mais ainda porque ganharam fama,
recentemente, quando recomendadas como exercício intelectual útil à prevenção
do Mal de Alzheimer.
Então, que se mantenham as ditas
cujas.
E me seja permitido seguir com
minhas implicâncias...
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