O leitor Hermano volta a nos escrever, agora curioso sobre o uso do tempo por parte desse amigo de vocês. Mais precisamente: “Como pode uma pessoa tão ocupada escrever essas coisas diariamente e ainda catar versos, frases em pára-choques de caminhão, fotos e outras coisas?” Muito simples, caro Hermano.
Primeiro que esse seu amigo lê todos os dias. É um “vício” desde criança. E anota, faz fichas de leitura, rabisca comentários. Sempre e invariavelmente há um livro sobre a mesa do escritório em casa, no gabinete de trabalho na Prefeitura e até na varanda do apartamento, junto à rede amiga. E com as facilidades da Internet, consegue ver o que há de interessante em jornais, revistas e sites com a velocidade que a grande rede proporciona e a agilidade do bom e velho método da “leitura dinâmica”.
O blog fica aberto, aguardando apenas que transcreva ou escreva algum algo.
Quanto a poemas, versos soltos... Ah!, amigo, quem não amanhece lendo um poema não sabe o que está perdendo.
As frases colhidas de pára-choques, distração antiga, dão mais trabalho porque estão se tornando raras. Aparecem em caminhões de um proprietário individual, nunca em frotas de empresas. Em recente viagem a São Paulo foi possível anotar algumas. Se os amigos e amigas que acessam o blog quiserem ajudar, anotem também – e nos enviem (com exceção de frases machistas). Como alguns já têm feito com poemas.
É isso. Bom dia, ótimo domingo para todos.
Companheiro Luciano Siqueira,
ResponderExcluirSou leitor de seus escritos e admirador da sua postura e posições diante do cenário brasileiro. Voce se enquadra naqueles que "tatuam a cara do mundo com o batom da palavra" , e suas tatuagens são obras de arte.
Continue firme.
Saudações Cibernéticas.
Fernando Beça
Caríssimo Luciano Siqueira,
ResponderExcluirA cada dia que passa, está mais gostoso de ler o seu blog. A poesia, que como vc mesmo declara a Hermano,
"... Ah!,amigo, quem não amanhece lendo um poema não sabe o que está perdendo."
A leitura, esse vício impune, diz Batista de Lima no texto "Às margens sinuosas das palavras" com o seguinte sub-título:
"Do sabor do texto ao prazer da leitura: uma experiência dos sentidos"
Se quiser ler o citado texto, vai encontra-lo lá no site Jornal de Poesia, link Revista Agulha, mantido por Soares Feitosa, um grande poeta cearense, conhece?
O texto de Batista Lima começa assim: "O texto tem o seu sabor. A prova disso é o leitor estar sempre a utilizar metáforas culinárias para revelar seu prazer gustativo diante da escritura. São comuns verbos como digerir, devorar, ruminar, degustar, deglutir."
O texto na íntegra, aqui:http://www.revista.agulha.nom.br/batis5.html
Pg inicial:http://www.revista.agulha.nom.br/poesia.html
Se vc já tem os link's, desculpa, tá?
Bj, e deixo um pouco de poesia do poeta português Eugénio de Andrade:
AS PALAVRAS - Eugénio de Andrade
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam: barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta?
Quemas recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Último Poema
Vital Corrêa de Araújo
A poesia é necessária, senão quem saberia
das fortalezas derrubadas por um cavalo de abeto?
E das lágrimas com que Hécuba
fertilizou as várzeas da dor humana?