No Blog do Mino: Não quero julgar a mídia brasileira do ponto de vista, digamos assim, técnico. Nem creio que me caiba a tarefa, outros pretendem cumpri-la e me apresso a tirar o time de campo. Acho a nossa mídia de uma mediocridade dolorosa, e ponto. Já foi melhor, mas regride como o País. O que convoca minha atenção é o comportamento político de jornais, revistas, canais de tevê, rádios até. Portam-se como se pertencessem a um partido, um único partido. O partido da minoria privilegiada. Aí sim, sinto-me em condição, diria do dever, em relação aos leitores, à opinião pública em geral, e aos meus princípios e crenças, de manifestar livremente o meu pensamento. Do lado de lá, as divergências são mínimas, na base está a convicção de que democracia é o sistema pelo qual poucos têm o direito de fazer tudo que lhes aprouver e os demais têm o dever de obedecer. Se possível com alegria, a do futebol no dia de vitória. Ao menos com resignação. Do lado de cá. Somos um exército Brancaleone. Acreditando que democracia se faz no conflito, no debate, no confronto. Por isso, somos tidos como iludidos, quando não como subversivos. Da teoria, a minha, à prática, a dos jornalões de hoje, sexta primeiro de dezembro. As manchetes de primeira página transmitem, em uníssono, a impressão de que um PIB abaixo de 3%, como se prevê para este ano, é obra do governo Lula. Não se diga que o governo não tem culpa no cartório. Tem, sim. Juros escorchantes, real supervalorizado, são obra dele. Mas experimentem tirar o Meirelles do Banco Central... E não é ele o defensor da política dita ortodoxa? Pois tirar o Meirelles seria um deus-nos-acuda. Os mesmos jornalões denunciariam a irresponsabilidade, o desmando, o descaso, a incompetência. Quem sabe a esquerdização do País.
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Mino Carta é um dos poucos grandes jornalistas ainda confiáveis, e esse artigo dele é muito esclarecedor.
ResponderExcluirAristeu