06 março 2007

Etanol na crista da onda (2)

Na Gazeta Mercantil:
Lucro com grãos pode mudar fronteira agrícola

A alta nos preços das commodities vai fazer o produtor brasileiro voltar a abrir fronteiras agrícolas na próxima safra. A estimativa é que a área cultivada de grãos retorne ao nível de dois anos atrás, de 49 milhões de hectares, podendo até superá-lo. O estímulo é o bolso: o lucro será 77% maior para o milho e 316% superior para a soja neste ano, refletindo tendência nos EUA, onde os percentuais são de 160% e 60%, respectivamente.

Toda essa mudança na rentabilidade vem da chamada "febre do etanol", pois os Estados Unidos vão aumentar em 50% a destinação do grão para a produção do combustível. "O uso dos grãos para produção de etanol vai influenciar a expansão agrícola aqui. O cerrado volta a ser fronteira agrícola e novas áreas devem ser incorporadas", diz Fábio Turquino de Barros, analista da AgraFNP. Com uma produção maior de milho para o etanol, caberá ao Brasil parte da tarefa de suprir o mundo com o grão e a soja.

As novas áreas deverão ser no Maranhão, Piauí e Tocantins, o que o analista considera a grande fronteira agrícola. Para ele, a região tem uma vantagem logística: o escoamento pelo porto de São Luís, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia também devem ceder novas terras. Barros diz que parte da expansão do cultivo virá de pastagem e terras abandonadas na crise do campo. "Os Estados Unidos não têm mais área para ampliar. O crescimento da produção virá da Argentina e do Brasil. Mas só a gente tem fronteira a ser explorada", diz Rosimeire Cristina dos Santos, assessora-técnica da Confederação da agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Porém, ela lembra que a expansão depende da capacidade de investimento do produtor.

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