As Pretinhas do Congo
Marco Albertim*
A água do rio Goiana não refletiu as cores da bandeira d’As Pretinhas do Congo; não neste carnaval. Justo no ano em que o bloco conseguiu dois mil reais da Fundarpe, para mostrar sua devoção à iabá que a protege. Trinta negros, entre homens e mulheres, a maioria moços, usando roupas vermelhas e negras, puseram-se entre o rio e a casa. A bandeira, abrigada na sala, apoiada na parede feito um altar; a ponta, em cima, alcançou o telhado. Valdo, o pescador, pusera-a ali para, no culto ruidoso que faz em homenagem ao orixá, aumentar a força da divindade; sentir, ele, os benefícios no fundo do jereré içado do rio. Pusera-a antevendo siris, camarões, pitus, peixes miúdos. Fora tecelão o negro de 71 anos. A fábrica fechou, faliu, ele virou pescador, forçou-se dentro de uma canoa, no manejo do remo, inda que a usina tenha tingido a água com a calda da cana.
Leia o conto na íntegra http://ma.albertin.zip.net
* Jornalista e escritor.
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