05 julho 2011

Boa noite, Jorge de Souza


Poema de ritmos e geometrias

Há, sim, poemas redondos,
talvez mesmo arredondados;
e os circunstancialmente oblongos
sonhando serem quadrados.

Poemas curvilíneos há
da geometria mais rebelde!
Como formas estranhas?
Acaso capazes do novo,
não somos arquitetos das curvas dos sonhos?

Poemas... quero-os galhardamente marcantes,
cárdios - versos na batida certa.
E como os anseio,
sinfonia aberta às dissonantes emoções!
Com eles viajo, variados caminhos
e quem se atreveria a tomar alguns deles por certos?

Caóticos, disciplinados,
versos são acordes e o poema orquestração.
Quanto à forma, vestem os lados
curvos, retos ou enviesados.
Tudo apenas configuração!

Há em cada poema tão só,
por ousados versos livres
ou dado a rimas e ao metro,
mero poeta liberto
a contar, irremediavelmente,
aquilo que, ousadamente,
às vezes sonha; quem sabe, sente!

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