Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
A morte da ex-primeira ministra da Grã Bretanha
Margaret Thatcher é uma espécie de canto dos cisnes de uma “contra-revolução
mundial conservadora”, econômica, multilateral, cultural, ainda hegemônica em
boa parte do planeta desde os anos setenta aos dias atuais.
Thatcher iniciou o seu governo em 1979 e nos
dezoito anos seguintes as estratégias neoliberais mantiveram o domínio sobre os
destinos do Reino Unido em uma agressiva onda de privatizações de todos os
segmentos da economia britânica.
Quando o partido Trabalhista retornou ao poder as
modificações nas relações de produção, sociais, jurídicas, da sociedade já
tinham alcançado tal ponto de inflexão que não era mais possível reeditar, sem
uma ruptura política, as linhas econômicas Keynesianas do Estado de Bem Estar
Social até então em vigor na Europa ocidental após a Segunda Guerra Mundial.
Daí, o partido Trabalhista inglês também começou a
fazer sua própria transformação, com outras agremiações sociais democratas,
para uma plataforma neoliberal mitigada com políticas sociais.
A aliança entre os Conservadores de Margaret Thatcher com o governo norte-americano de Ronald Reagan associada à queda do muro de Berlim, à debacle da União Soviética, deu início à “mundialização do capital financeiro”, à “ditadura global dos credores”,o regime absolutista neoliberal no planeta.
Para o êxito do projeto consagrou-se algo decisivo,
a incorporação da grande mídia em instrumento de divulgação unilateral dessa
estratégia geral do capital rentista, da nova etapa expansionista militar
imperialista.
Esse processo de concentração de poder do capital
rentista impulsionou a hegemonia ideológica quase que total da chamada nova
ordem mundial submetendo valores universais conquistados pela humanidade.
Impondo em seu lugar a exacerbação do
individualismo antagonista procurando anular as organizações classistas dos
trabalhadores e demais movimentos que lutam por avanços sociais, soberania das
nações, as maiorias destituídas de futuro mais digno.
Thatcher a "dama de ferro" morreu no auge
da fadiga estrutural do sistema que ela ajudou a criar vendo a Europa, os EUA
em decadência com dezenas de milhões de desempregados, um planeta saturado por
agressões armadas imperialistas, a emergência de outra ordem global multilateral,
a vigorosa retomada de lutas dos cidadãos pelos seus direitos e um mundo
melhor.
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