12 abril 2013

Um ícone da regressão

A contra-revolução de Margareth Thatcher
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho

A morte da ex-primeira ministra da Grã Bretanha Margaret Thatcher é uma espécie de canto dos cisnes de uma “contra-revolução mundial conservadora”, econômica, multilateral, cultural, ainda hegemônica em boa parte do planeta desde os anos setenta aos dias atuais.

Thatcher iniciou o seu governo em 1979 e nos dezoito anos seguintes as estratégias neoliberais mantiveram o domínio sobre os destinos do Reino Unido em uma agressiva onda de privatizações de todos os segmentos da economia britânica.

Quando o partido Trabalhista retornou ao poder as modificações nas relações de produção, sociais, jurídicas, da sociedade já tinham alcançado tal ponto de inflexão que não era mais possível reeditar, sem uma ruptura política, as linhas econômicas Keynesianas do Estado de Bem Estar Social até então em vigor na Europa ocidental após a Segunda Guerra Mundial.

Daí, o partido Trabalhista inglês também começou a fazer sua própria transformação, com outras agremiações sociais democratas, para uma plataforma neoliberal mitigada com políticas sociais.
 
A aliança entre os Conservadores de Margaret Thatcher com o governo norte-americano de Ronald Reagan associada à queda do muro de Berlim, à debacle da União Soviética, deu início à “mundialização do capital financeiro”, à “ditadura global dos credores”,o regime absolutista neoliberal no planeta.

Para o êxito do projeto consagrou-se algo decisivo, a incorporação da grande mídia em instrumento de divulgação unilateral dessa estratégia geral do capital rentista, da nova etapa expansionista militar imperialista.

Esse processo de concentração de poder do capital rentista impulsionou a hegemonia ideológica quase que total da chamada nova ordem mundial submetendo valores universais conquistados pela humanidade.

Impondo em seu lugar a exacerbação do individualismo antagonista procurando anular as organizações classistas dos trabalhadores e demais movimentos que lutam por avanços sociais, soberania das nações, as maiorias destituídas de futuro mais digno.

Thatcher a "dama de ferro" morreu no auge da fadiga estrutural do sistema que ela ajudou a criar vendo a Europa, os EUA em decadência com dezenas de milhões de desempregados, um planeta saturado por agressões armadas imperialistas, a emergência de outra ordem global multilateral, a vigorosa retomada de lutas dos cidadãos pelos seus direitos e um mundo melhor.
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